Explosão X4 da mancha solar AR4274 atinge a Terra de raspão após erupção mais forte do ano

Explosão X4 da mancha solar AR4274 atinge a Terra de raspão após erupção mais forte do ano

Um fluxo de material e radiação proveniente da mancha solar AR4274 tocou o campo magnético terrestre de maneira tangencial na madrugada de domingo, 16, às 1h (horário de Brasília). O evento coroou uma sequência incomum de atividade na superfície do Sol que já havia incluído, na terça-feira, 11, a erupção mais poderosa registrada em 2025. Embora o novo disparo tenha sido classificado como explosão X4 — o segundo mais intenso do ano — seu impacto foi limitado pela trajetória que passou apenas de raspão pelo planeta.

Índice

Sequência de eventos: do recorde ao impacto tangencial

A região ativa AR4274 destacou-se nos últimos dias por produzir dezenas de erupções solares consecutivas. Menos de 72 horas após desencadear o clarão mais forte do ano, o mesmo agrupamento voltou a se agitar na sexta-feira, 14, lançando uma explosão de classe X4 durante a manhã. De acordo com registros de monitoramento, o material ejetado nessa ocasião precisou de pouco mais de dois dias para atingir a vizinhança da Terra, chegando na madrugada de domingo, 16.

Apesar da intensidade da fonte, a CME (ejeção de massa coronal) associada a essa explosão passou pela borda do campo magnético terrestre. Segundo medição divulgada pela plataforma especializada em climatologia espacial, esse encontro tangencial não desencadeou tempestade geomagnética. Com isso, não foram observados distúrbios notáveis em sistemas de comunicação, redes de energia ou auroras em latitudes atípicas.

O que é a mancha solar AR4274

Os telescópios solares identificaram a área ativa AR4274 por volta de 1º de novembro. Desde então, ela permaneceu visível no disco solar voltado para a Terra até 15 de novembro. Durante esse intervalo, acumulou energia magnética suficiente para produzir uma série de clarões, entre eles os maiores de 2025. Após o disparo de sexta-feira, o Sol continuou a girar e a mancha migrou para o lado oculto da estrela, onde deve permanecer fora de vista pelos próximos 14 dias.

Mesmo ausente do campo de visão terrestre, AR4274 não cessou a atividade. Entre a noite de sábado, 14, e a noite de domingo, 15, a região foi responsável por 20 CMEs classificadas como fracas ou moderadas, todas disparadas em direção oposta ao planeta. O padrão demonstra que a mancha ainda contém grande quantidade de energia acumulada, embora sua orientação momentânea reduza o risco direto para a Terra.

Como o ciclo solar influencia as erupções

O Sol passa por ciclos de aproximadamente 11 anos, marcados por variações na quantidade de manchas solares. Atualmente, os astrônomos acompanham o Ciclo Solar 25. À medida que o ciclo se aproxima do pico, a superfície solar exibe número crescente de manchas, que são concentrações intensas de campo magnético. Linhas magnéticas retorcidas dentro dessas manchas podem romper-se, liberando subitamente enormes quantidades de energia.

Quando ocorre esse rompimento, duas manifestações principais atingem o espaço:

• Clarão solar (flare): emite radiação em vários comprimentos de onda, inclusive raios-X.
• Ejeção de massa coronal (CME): lança plasma e campos magnéticos, além de partículas carregadas, para o meio interplanetário.

As explosões solares são classificadas de acordo com a intensidade dos raios-X que emitem. A escala oficial utiliza as categorias A, B, C, M e X, cada uma dez vezes mais energética que a anterior. Dentro da classe X, o número que acompanha a letra indica a força relativa: um X4, por exemplo, libera quatro vezes mais raios-X do que um X1.

Explosão X4: por que chama atenção

Uma erupção X4 situa-se no topo da escala de intensidade observada com frequência. Embora não seja recordista histórica, sua ocorrência poucos dias após a explosão mais forte do ano confirma o comportamento “furioso” relatado pelos observadores. Em termos práticos, eventos dessa magnitude podem interferir em satélites de comunicação, sistemas de navegação e redes elétricas, caso a CME correspondente atinja a Terra de frente.

No episódio de domingo, 16, o alinhamento foi parcial. O corredor tangencial pelo qual o material se deslocou reduziu a compressão do campo geomagnético, evitando perturbações significativas. Ainda assim, o registro do choque serve de lembrete de que a fase ativa do ciclo solar oferece potencial para episódios mais severos nos próximos meses, quando outras manchas alcançarem posição voltada para a Terra.

Rotação solar e janela de visibilidade

O Sol completa uma volta sobre o próprio eixo em aproximadamente 27 dias. Por esse motivo, cada mancha visível acaba desaparecendo do disco frontal ao longo de, em média, duas semanas. AR4274 já cruzou o limbo ocidental e se encontra atualmente na face oposta. Caso permaneça ativa, voltará ao campo de visão terrestre dentro de pouco menos de um mês, oferecendo nova oportunidade de observação e, possivelmente, novos riscos.

Impacto imediato na Terra

Relatórios de monitoração espacial confirmam que a CME de domingo não desencadeou tempestade geomagnética. Ausência de perturbações na ionosfera reflete-se em estabilidade de frequências de rádio de alta frequência e em operação normal de satélites em órbita baixa ou geoestacionária. Para os observadores de auroras, a notícia significou nenhuma exibição incomum em latitudes médias.

Mesmo sem tempestade, a passagem de partículas carregadas pode gerar pequenas oscilações no índice Kp, métrica que quantifica distúrbios geomagnéticos. Esses incrementos, quando restritos, não chegam a afetar infraestrutura, mas são indicadores preciosos para modelos de previsão espacial.

Atividade solar além do Sistema Solar

Enquanto a atenção se concentrava em AR4274, a comunidade científica divulgou, na semana anterior, a primeira observação direta de uma ejeção de massa coronal em outra estrela. O fenômeno, registrado por instrumentos orbitais e terrestres, confirma que explosões semelhantes às do Sol também ocorrem em astros vizinhos. A descoberta reforça a relevância dos estudos de clima espacial, pois sugere que processos magnéticos intensos são comuns em estrelas da galáxia.

Panorama dos próximos dias

Com AR4274 posicionada no lado invisível do Sol e a atividade geral temporariamente diminuída, o cenário imediato é de estabilidade relativa. No entanto, a lembrança das erupções consecutivas serve como alerta para a natureza dinâmica do ciclo solar. Outras regiões ativas podem surgir a qualquer momento, repetindo o padrão de flares intensos e CMEs direcionadas ao Sistema Solar interno.

Resumo factual dos acontecimentos recentes:

• Terça-feira, 11: mancha AR4274 gera a explosão mais forte de 2025.
• Sexta-feira, 14: clarão de classe X4 emitido pela mesma região.
• Domingo, 16, 1h: material da erupção atinge a Terra de raspão, sem tempestade geomagnética.
• 15 de novembro: mancha migra para a face oculta do Sol, onde deverá permanecer cerca de duas semanas.
• Entre 14 e 15: AR4274 lança 20 CMEs fracas e moderadas, todas em direção oposta ao planeta.

A evolução dessa região ativa continuará a ser acompanhada por observatórios solares, satélites de monitoramento e centros de previsão de clima espacial. A combinação de dados permitirá avaliar, quando AR4274 reaparecer, se a mancha manterá o padrão de explosões de alta intensidade ou se terá perdido parte da energia acumulada durante o período fora de vista.

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