EUA lançam 21 satélites e avançam em rede de defesa

EUA lançam 21 satélites militares em órbita baixa e inauguram a primeira fase de uma constelação projetada para reforçar comunicação e rastreamento de mísseis do Pentágono. O foguete Falcon 9 da SpaceX decolou às 10h12 (horário de Brasília) desta quarta-feira (10), a partir da Base da Força Espacial em Vandenberg, na Califórnia, levando os artefatos à órbita polar.

A frota integra a Tranche 1 da Space Development Agency (SDA), batizada de Proliferated Warfighter Space Architecture. Ao substituir poucos satélites em órbita geossíncrona por dezenas em órbita baixa (LEO), o Departamento de Defesa busca reduzir custos e aumentar a resiliência da rede.

EUA lançam 21 satélites e avançam em rede de defesa

Cada unidade, construída pela York Space Systems, custa entre US$ 14 milhões e US$ 15 milhões — bem abaixo dos mais de US$ 1 bilhão exigidos por satélites geossíncronos tradicionais. O plano completo prevê 154 satélites operacionais, estimados em US$ 3,1 bilhões, distribuídos em dez lançamentos futuros que incluirão equipamentos de retransmissão e sensores de mísseis fabricados também por Lockheed Martin, Northrop Grumman e L3Harris.

Além de detectar lançamentos balísticos e hipersônicos, os satélites funcionam como nós de comunicação ao empregar a rede criptografada Link 16, viabilizando troca de dados quase em tempo real entre aeronaves, navios e tropas terrestres. A presença em LEO elimina a exigência de linha de visada dos rádios convencionais, permitindo, por exemplo, conexões diretas entre Havaí e Guam.

Os aparelhos trazem terminais Ka-band e links a laser, formando uma malha de alta largura de banda que deverá oferecer cobertura regional sobre o Pacífico Ocidental a partir de 2027. O Comando Indo-Pacífico dos EUA será o primeiro a operar a constelação, prioridade estratégica diante das tensões com a China.

Gurpartap “GP” Sandhoo, diretor interino da SDA, ressaltou que esta é “a primeira vez que teremos uma camada espacial totalmente integrada às operações de combate”, destacando o treinamento intensivo que militares receberão para explorar a nova arquitetura.

Especialistas apontam que a iniciativa também prepara terreno para sistemas defensivos em múltiplas camadas, como o proposto “Domo de Ouro” americano, que combinaria milhares de satélites em diferentes órbitas com interceptadores espaciais. Segundo a Defense Department, o uso de constelações pulverizadas dificulta ataques de negação e amplia a redundância da infraestrutura espacial norte-americana.

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Crédito da imagem: Sundry Photography / Shutterstock.com | NicoElNino / Shutterstock.com

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