Escassez de memória DRAM força AMD a reajustar preços globais de placas de vídeo em 10%

Escassez de memória DRAM força AMD a reajustar preços globais de placas de vídeo em 10%

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A AMD comunicou a parceiros comerciais em todo o mundo que, nas próximas semanas, o preço de suas placas de vídeo da linha Radeon sofrerá reajuste médio de 10%. O aviso, revelado por informações de bastidores, ocorre em um contexto de escassez de chips de memória DRAM, componente indispensável para a VRAM das GPUs. Embora ainda não exista data pública para a entrada em vigor da nova tabela, o aumento tem caráter global e, conforme projeções, poderá elevar no Brasil o valor de modelos como a Radeon RX 9060 XT de 8 GB de aproximadamente R$ 2.200 para algo em torno de R$ 2.400. O movimento tem como causa direta o encarecimento da DRAM provocado pela alta demanda da indústria de inteligência artificial.

Índice

Detalhamento do reajuste anunciado pela AMD

A sinalização de aumento atinge toda a cadeia de distribuição. Fabricantes parceiras, montadoras de computadores e revendedoras independentes receberam o aviso de que cada unidade de GPU Radeon passará a custar, na origem, cerca de uma décima parte a mais. Esse percentual, embora pareça restrito à transação inicial, tende a repercutir sobre o consumidor final, pois cada elo da cadeia agrega margens próprias.

Por enquanto, a informação pública é de que somente a AMD ajustará valores de forma imediata. Apesar disso, o mercado já especula reação semelhante por parte de Nvidia e Intel, concorrentes diretas no segmento de placas gráficas, que também dependem dos mesmos insumos de memória.

Contexto da crise de chips de memória DRAM

Memórias DRAM são usadas na forma de RAM em computadores e de VRAM em placas de vídeo, além de estarem presentes em smartphones, smart TVs e uma vasta gama de eletrônicos. O gargalo atual tem origem em dois fatores claramente identificados:

1. Demanda explosiva de servidores para IA
Centros de dados voltados a aplicações de inteligência artificial consomem grandes volumes de módulos DRAM para treinar modelos e processar inferências. O crescimento dessa área, que depende de clusters de GPUs, elevou o apetite por chips muito acima das estimativas feitas pelos fabricantes há poucos trimestres.

2. Oferta que não acompanha o ritmo
Mesmo grupos industriais robustos, como aqueles que produzem DRAM em larga escala, precisam de investimentos bilionários e ciclos longos para expandir fábricas. Optar por ampliar linhas significaria diluir margens no curto prazo. Em vez disso, empresas do setor, a exemplo de uma grande fabricante que acelerou a produção em 60%, preferiram aumentar preços para capturar a valorização imediata do componente.

Como a alta do chip afeta as placas Radeon

Cada placa de vídeo incorpora diversos chips de VRAM. Com a matéria-prima mais cara, o custo total de fabricação sobe. A AMD, que busca manter margem operacional, repassa esse acréscimo à rede de parceiros. Em números práticos, uma GPU de entrada cujo preço sugerido era inferior a R$ 2.500 pode superar essa faixa em pouco tempo. Modelos mais avançados, que utilizam mais módulos ou versões de DRAM com especificações superiores, sentirão impacto proporcionalmente maior.

É importante ressaltar que o cálculo de R$ 2.400 para a Radeon RX 9060 XT é projeção baseada na diferença percentual divulgada. Variações cambiais, políticas de varejo local e promoções pontuais ainda poderão alterar o preço final em cada loja.

Efeito dominó sobre varejo e consumidores

Especialistas no setor de hardware costumam observar o seguinte padrão: reajuste na origem → revendedor absorve parte do aumento → varejistas acrescentam a margem → consumidor paga a totalidade acrescida. Em ciclos de escassez, essa dinâmica agrava-se porque os lojistas, receosos de falta de estoque, aplicam prêmios adicionais aos itens mais procurados. A consequência provável é a diluição do atributo de “bom custo-benefício” que caracterizava vários modelos Radeon lançados nos últimos meses.

Possível reação de Nvidia e Intel

Não existe confirmação oficial, mas a lógica de mercado indica que marcas rivais tendem a acompanhar a alta para resguardar seus retornos. Se AMD vender placas 10% mais caras, enquanto Nvidia e Intel mantiverem tabela inalterada, a margem destas últimas ficaria comprimida em comparação. Além disso, ambas dependem da mesma cadeia de fornecimento de DRAM, o que significa que seu custo de produção também subiu. Assim, o cenário mais plausível é um reajuste generalizado no segmento de GPUs discretas.

Rumores sobre corte de produção de placas de entrada

Na semana anterior, circularam rumores apontando a possibilidade de AMD e Nvidia reduzirem o volume de GPUs voltadas ao mercado de baixo custo. A estratégia serviria para direcionar silícios e módulos de memória a produtos de tíquete mais elevado, que oferecem margens superiores. Até o momento, nenhuma das empresas confirmou a medida, mas a simples especulação reforça o clima de incerteza que ronda o consumidor interessado em montar ou atualizar o computador.

Consequências para PCs, notebooks e outros eletrônicos

O impacto da crise de DRAM não se limita ao universo das placas de vídeo. O segmento de computadores em geral já prevê encarecimento. Um grande fabricante de placas-mãe e notebooks indicou que futuros lançamentos chegarão às prateleiras com preços reajustados. No ecossistema mobile, outra marca importante sinalizou aumento no valor de smartphones, confirmando que a pressão de custos se estende também aos aparelhos de bolso.

Panorama no mercado brasileiro

O Brasil costuma sentir a tempestade de preços em grau ainda maior devido a:

Tributação elevada: impostos específicos sobre importação de componentes de informática adicionam porcentagem significativa ao valor base.
Câmbio volátil: oscilações do real em relação ao dólar podem potencializar a alta imposta pela matriz.
Distribuição pulverizada: múltiplos intermediários entre o importador e o ponto de venda tendem a repetir a margem de forma cumulativa.

Com esses fatores combinados, uma alta de 10% no exterior pode ganhar amplitude acima desse índice no bolso do usuário brasileiro.

Motivações estratégicas dos fabricantes de memória

A decisão de elevar preços, em vez de expandir capacidade produtiva, está ligada a condições macroeconômicas. Investir em novas fábricas exige anos até o retorno, enquanto o ciclo de demanda atual, impulsionado por servidores para IA, pode oscilar conforme a adoção dessa tecnologia se estabiliza. Ao restringir a oferta, as fornecedoras capturam margens mais folgadas sem comprometer caixa imediato.

Possíveis desdobramentos de médio prazo

Se a procura por DRAM permanecer acima da oferta por um período prolongado, três cenários despontam:

Cenário 1 — Prolongamento da escassez: os preços continuam subindo, novas linhas de produção são atrasadas e o custo para o consumidor segue em escalada.
Cenário 2 — Ajuste gradual: fabricantes iniciam expansão moderada, a demanda encontra novo equilíbrio, e o valor das GPUs se estabiliza em patamar mais alto que o anterior, porém com picos controlados.
Cenário 3 — Reversão abrupta: projetos de IA diminuem ritmo, a procura por DRAM cai, o estoque se acumula e leva a forte correção de preços. Esse cenário, contudo, é considerado o menos provável enquanto aplicações de IA continuarem priorizadas em múltiplos setores.

O que observar a seguir

Consumidores que pensam em adquirir uma placa de vídeo devem acompanhar:

Novos anúncios de preços — tanto da AMD quanto de concorrentes próximos.
Movimento do varejo nacional — promoções de curto prazo podem anteceder a chegada de lotes mais caros.
Indicadores da indústria de memória — qualquer sinal de aumento ou queda na produção de DRAM terá reflexo direto no custo das GPUs.

A crise atual de chips de memória DRAM, portanto, coloca o consumidor diante de um cenário de pressão de preços e incertezas sobre disponibilidade. O reajuste de 10% anunciado pela AMD inaugura uma fase em que montar ou atualizar o computador exigirá acompanhamento atento do mercado e, possivelmente, mais investimento financeiro.

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