Emoji de cavalo-marinho não existe, revela Emojipedia

Emoji de cavalo-marinho é um símbolo que muita gente acredita ter visto, mas que jamais entrou na lista oficial do Unicode. Mesmo assim, chatbots populares, como o ChatGPT e o Claude, insistem em confirmar sua existência antes de se corrigirem, expondo limites das inteligências artificiais generativas.

O tema ganhou força nas redes sociais quando usuários não localizaram o suposto desenho no teclado virtual e resolveram questionar as IAs. As respostas, cheias de convicção, variavam de explicações sobre “remoção temporária” a instruções para “atualizar o sistema”, mas sempre terminavam em uma admissão de erro.

Emoji de cavalo-marinho não existe, revela Emojipedia

A principal referência global sobre o assunto, o Emojipedia, confirma que nunca houve aprovação de um cavalo-marinho como emoji. Desde o lançamento do Unicode 6.0, em 2010, não há registro de proposta aprovada nem de remoção posterior, afastando a hipótese de que o ícone tenha “sumido” com o tempo.

Para testar a precisão das IAs, foram consultados três modelos: ChatGPT, Claude e Gemini. Os dois primeiros repetiram a falsa informação, criaram justificativas improváveis e só reconheceram o equívoco no fim da interação. O Gemini, por outro lado, foi direto: informou que o emoji nunca existiu e alertou para possíveis “alucinações” de outros sistemas.

A confusão lembra o chamado “Efeito Mandela”, quando um grande grupo de pessoas compartilha uma lembrança errada sobre eventos históricos ou elementos da cultura pop. O nome refere-se ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que faleceu em 2013, mas que muitos acreditavam ter morrido na prisão nos anos 1980.

Especialistas em IA apontam que essas inconsistências surgem porque os modelos são treinados para prever a próxima palavra mais provável com base em grandes volumes de texto. Se o conjunto de dados contiver menções incorretas ou ambíguas, a máquina tende a reproduzir esse ruído como se fosse fato, reforçando mitos digitais.

Embora o Unicode amplie sua coleção anualmente, não há previsão de incluir um cavalo-marinho. Até lá, resta aos usuários diferenciar as respostas criativas das IAs dos dados documentados e, sempre que possível, conferir fontes confiáveis antes de compartilhar informações.

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Crédito da imagem: Igor Almenara/Reprodução

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