Drones sobrevoam quatro aeroportos na Dinamarca, diz governo

Drones sobrevoam quatro aeroportos da Dinamarca entre a noite de quarta (27) e a madrugada desta quinta-feira (28), levando o governo a classificar a ação como “ataque híbrido”. Embora ninguém tenha reivindicado a operação, o ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, afirmou que a execução simultânea indica a participação de “um ator profissional”.

Segundo a polícia, não houve risco imediato para passageiros ou moradores, mas os voos ficaram suspensos por horas em Aalborg, base que também abriga tropas aéreas. Outros três terminais — Esbjerg, Sønderborg e Skrydstrup, onde ficam caças da força aérea — foram afetados. As aeronaves não tripuladas mantiveram as luzes acesas e permaneceram em torno das pistas, mas as autoridades optaram por não abatê-las.

Drones sobrevoam quatro aeroportos na Dinamarca, diz governo

O ministro da Justiça, Peter Hummelgaard, declarou que a intenção dos operadores era “semear medo e divisão”. Ele adiantou que o Executivo prepara um projeto de lei para autorizar gestores de infraestrutura a neutralizarem drones, inclusive por meio do abate controlado.

A movimentação ocorreu dois dias após incidente semelhante no Aeroporto de Copenhague, quando o tráfego também foi interrompido. Na ocasião, a primeira-ministra Mette Frederiksen classificou o episódio como o “ataque mais sério” já registrado contra infraestrutura crítica dinamarquesa e admitiu não descartar envolvimento russo, preocupação compartilhada pelo secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. A aliança militar declarou recentemente que usará “todos os meios” para reagir a violações aéreas, após drones russos caírem na Polônia e caças invadirem o espaço da Estônia, como noticiado no site oficial da OTAN.

Na França, o presidente Emmanuel Macron defendeu resposta “mais firme” a incursões de Moscou, argumento reforçado depois dos sobrevoos na Dinamarca. Enquanto isso, Copenhague convocou países vizinhos para discutir, nesta sexta-feira, a proposta de um “muro de drones” na fronteira externa da União Europeia, medida que pretende criar uma barreira eletrônica contra aeronaves não tripuladas hostis.

Apesar do clima de alerta, Lund Poulsen reiterou que a população deve manter a calma. “Estamos aumentando nossa capacidade de detecção e cooperação internacional para impedir novas violações”, disse. Já Hummelgaard pediu apoio parlamentar rápido para endurecer a legislação antes do verão, período de maior fluxo aéreo no país escandinavo.

Autoridades dinamarquesas continuam investigando a origem dos equipamentos e possíveis ligações com a série de incidentes registrados no norte da Europa desde o início do ano.

Quer acompanhar outras análises sobre segurança e tecnologia? Visite nossa editoria de Ciência e Tecnologia e fique por dentro das principais tendências.

Crédito da imagem: Global News