Drones russos na Polônia mobilizam resposta da Otan — Drones militares de fabricação russa cruzaram o espaço aéreo polonês na madrugada de quarta-feira (10), foram abatidos e espalharam destroços por todo o leste do país, no que Varsóvia descreveu como a maior incursão desde o início da guerra na Ucrânia, em 2022.
Varsóvia solicitou reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU para esta sexta-feira, às 19h (GMT), e anunciou restrições a drones e pequenas aeronaves ao longo das fronteiras com Belarus e Ucrânia. Letônia também fechou seu espaço aéreo oriental por sete dias.
Drones russos na Polônia mobilizam resposta da Otan
Para reforçar o flanco leste, Países Baixos enviarão sistemas de defesa antiaérea, artilharia e 300 militares, enquanto a República Tcheca despachará 100 soldados e helicópteros. A Alemanha ampliará a patrulha aérea sobre território polonês, “intensificando seu engajamento” na fronteira oriental da Aliança.
Em discurso no Parlamento, o ministro da Defesa polonês, Wladyslaw Kosiniak-Kamysz, celebrou o apoio: “Hoje temos declarações concretas”. Segundo ele, França e Reino Unido também avaliam mobilizar aeronaves para missões de policiamento aéreo.
Embora mísseis e drones russos já tenham violado o espaço de países da Otan anteriormente, analistas classificam o episódio como o mais grave desde fevereiro de 2022. O comandante militar da Aliança, general Alexus Grynkewich, afirmou que ainda não é possível determinar se a incursão foi deliberada ou acidental, nem o número exato de drones que atravessaram a fronteira.
A tensão aumenta com a aproximação dos exercícios conjuntos “Zapad 2025”, de Rússia e Belarus, que começam nesta sexta-feira e devem reunir até 30 mil tropas, segundo inteligência lituana. Como precaução, a Lituânia receberá um brigadeiro alemão e ganhará alerta antecipado sobre lançamentos russos em direção à Ucrânia que possam cruzar seu território.
O presidente polonês, Karol Nawrocki, classificou o episódio como “provocação russa” para testar a capacidade de resposta da Otan. Declarações semelhantes partiram de líderes da Alemanha e da França. Já o Kremlin disse não ter comentários adicionais sobre o caso.
Em Kiev, Volodymyr Zelensky ofereceu treinamento a militares ocidentais em defesa aérea e voltou a defender um sistema conjunto que funcione como “escudo” sobre a Europa.
Mais detalhes sobre o incidente podem ser conferidos na cobertura da BBC News, veículo de referência internacional.
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Imagem: AFP via Getty Images