Doença de Chagas: sintomas, transmissão e riscos graves
Doença de Chagas: sintomas, transmissão e riscos graves
Doença de Chagas: sintomas, transmissão e riscos graves afeta mais de seis milhões de pessoas nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde, e pode provocar lesões irreversíveis no coração e no sistema digestivo quando não tratada rapidamente.
Doença de Chagas: sintomas, transmissão e riscos graves
A tripanossomíase americana, popularmente chamada doença de Chagas, é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi. A infecção ocorre, principalmente, após a picada do inseto barbeiro, que defeca próximo à ferida; ao coçar, o parasita penetra na pele ou mucosas. Há ainda transmissão por transfusão de sangue, transplante de órgãos, da mãe para o feto e ingestão de alimentos contaminados.
Presente em 21 países latino-americanos, a enfermidade tornou-se um problema global por conta das migrações. A OMS estima que 70% dos infectados não apresentam sintomas na fase aguda, o que dificulta o diagnóstico precoce.
Fases da infecção e principais sintomas
Fase aguda: dura semanas ou meses. Quando se manifesta, pode causar febre persistente, mal-estar, inchaço no olho (sinal de Romaña), cefaleia, linfonodos aumentados, fadiga, náuseas e vômitos. Em crianças, pode evoluir para miocardite ou meningoencefalite.
Fase crônica: inicia-se após a queda da parasitemia sanguínea. Cerca de 30% dos pacientes evoluem para complicações cardíacas, digestivas ou mistas anos depois. Arritmias, insuficiência cardíaca, cardiomiopatia dilatada, megaesôfago e megacólon estão entre os quadros mais graves.
Impacto do parasita no organismo
Instalado nos tecidos, o T. cruzi provoca inflamação, destruição celular e fibrose. No coração, forma cicatrizes que alteram a condução elétrica, dilatam ventrículos e reduzem a capacidade de bombeamento. No sistema digestivo, a perda de neurônios que coordenam os movimentos peristálticos gera dilatação anormal do esôfago e do cólon, com risco de desnutrição e perfuração intestinal.
Diagnóstico e opções de tratamento
Na fase aguda, o parasita pode ser visto diretamente em exame microscópico do sangue. Já na fase crônica, testes sorológicos detectam anticorpos específicos. O tratamento baseia-se nos antiparasitários benznidazol e nifurtimox, com taxa de cura superior a 80% quando iniciados precocemente. Em estágios avançados, o objetivo é reduzir a carga parasitária e retardar danos orgânicos, exigindo acompanhamento multidisciplinar e, em alguns casos, marcapasso ou cirurgias gastrointestinais.
Prevenção continua essencial
Eliminar criadouros de barbeiros em paredes de barro ou madeira, aplicar inseticidas, melhorar condições habitacionais e realizar triagem de sangue e órgãos são medidas prioritárias. A Organização Mundial da Saúde reforça a importância de campanhas educativas em áreas rurais para ampliar a conscientização e facilitar o acesso ao diagnóstico.
Como a doença pode permanecer silenciosa por anos, pessoas que viveram em regiões endêmicas ou receberam transfusões antes da década de 1990 devem realizar exames sorológicos mesmo sem sintomas.
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Crédito da imagem: Prefeitura de Vitória da Conquista/Reprodução

Imagem: Prefeitura de Vitória da Cquista