Discurso de Trump na ONU critica Europa e clima

Discurso de Trump na ONU dominou a sessão da Assembleia-Geral nesta terça-feira, trazendo ataques diretos ao multilateralismo, à política climática europeia e à gestão migratória do bloco.

Falando por quase uma hora, o ex-presidente exaltou o que chamou de “era dourada” dos Estados Unidos, reivindicou ter encerrado sete guerras e lamentou não ter recebido um Prêmio Nobel da Paz. Na sequência, questionou a eficácia das Nações Unidas e ironizou o órgão por “apenas enviar cartas bem-redigidas que não resolvem conflitos”.

Discurso de Trump na ONU critica Europa e clima

Trump acusou a organização de “financiar invasões” ao apoiar solicitantes de asilo na fronteira sul dos EUA e chegou a reclamar de um elevador e de um teleprompter que teriam falhado durante sua passagem pelo prédio.

Ataques ao multilateralismo e à política climática

No campo internacional, o republicano direcionou suas críticas mais contundentes à Europa. Em tom alarmista, afirmou que o continente vive “a maior invasão de imigrantes ilegais jamais vista” e classificou a transição energética como “o maior golpe da história”. Ele chegou a dizer que “a dupla monstruosidade de energia verde e imigração destruirá tudo em seu caminho”. A adoção de fontes renováveis, segundo Trump, estaria “condenando” a competitividade europeia.

Para o Reino Unido, sobrou censura adicional: os novos impostos sobre o petróleo do Mar do Norte, na visão do ex-presidente, demonstrariam que Londres “boicota seus próprios recursos enquanto paga caro por energia”. Análise semelhante é citada por especialistas da BBC, que apontam a retórica de Trump como mais um desafio à cooperação internacional.

Pressão sobre Rússia e guerra na Ucrânia

Ao mencionar a invasão russa, Trump chamou Vladimir Putin de “tigre de papel” e sugeriu que a Ucrânia pode recuperar “todo o seu território” com apoio da União Europeia e da Otan, mas não sinalizou ajuda militar adicional dos EUA. Caso o conflito persista, prometeu “rodada muito forte de tarifas” contra Moscou e criticou países que ainda compram energia russa, embora tenha omitido Índia e China, apontadas como grandes compradoras.

Diplomatas lembram que Washington cortou parte do financiamento às agências da ONU durante sua gestão, obrigando o organismo a reduzir programas humanitários. O discurso de 2024 reforça essa linha, pois coloca líderes fortes e acordos bilaterais acima de fóruns multilaterais.

Seis anos atrás, a plateia riu de Trump; desta vez, ouviu em silêncio. “Sou muito bom nisso”, encerrou ele, antes de alertar: “Seus países estão indo para o inferno”.

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Crédito da imagem: BBC

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