Dieta do megalodonte ocupou por milhões de anos o topo da cadeia alimentar marinha, sustentada por presas ricas em gordura como baleias de pequeno e médio porte, golfinhos e sirênios. Marcas de mordida em esqueletos de cetáceos indicam que o superpredador podia fraturar costelas e vertebrados em poucos golpes.
Estudos paleontológicos reuniram um conjunto de ossadas com cortes compatíveis com dentes triangulares serrilhados. Em vários pontos do planeta, pesquisadores encontraram vértebras de baleias com entalhes idênticos à curvatura dos dentes do gigantesco lamniforme, reforçando a hipótese de caça sistemática a mamíferos marinhos.
Dieta do megalodonte: baleias eram prato principal
Modelagens 3D sugerem que um único ataque poderia despedaçar uma presa do porte de uma orca em até cinco mordidas. A preferência por tecidos gordurosos garantia alta densidade energética, permitindo longos intervalos entre caçadas e deslocamentos oceânicos extensos. Golpes eram direcionados ao tórax e à base das nadadeiras, estratégia que paralisava o animal e diminuía o gasto de energia em perseguições prolongadas.
A arcada robusta do megalodonte possuía fileiras ativas e de reposição; a troca constante de dentes compensava perdas frequentes causadas pelo impacto contra ossos. Essa abundância de material dentário explica a grande quantidade de fósseis espalhados por depósitos marinhos, bem como a repetição de lesões semelhantes em diferentes épocas e regiões.
A distribuição dos achados fósseis coincide com antigas zonas temperadas e tropicais, historicamente povoadas por abundantes populações de baleias. Segundo análise publicada pela National Geographic, mudanças climáticas que alteraram rotas migratórias e disponibilidade de alimento para cetáceos teriam afetado diretamente o sucesso de caça do predador.
Quando correntes mudaram a oferta de mamíferos marinhos, o gigante enfrentou maior concorrência e elevadas demandas energéticas. A mesma dieta que sustentou sua supremacia tornou-se vulnerabilidade em um oceano em rápida transformação, contribuindo para seu desaparecimento há cerca de 3,6 milhões de anos.
Os fósseis reunidos traçam um retrato coerente: o megalodonte dominava águas abertas graças a uma dieta hipercalórica, aproveitava carcaças quando disponíveis e modulava suas escolhas conforme idade e ambiente.
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Crédito da imagem: J. J. Giraldo / Christel Sagniez / Alicia Sampson