A DeepL apresentou um novo agente de inteligência artificial destinado a equipas corporativas. O sistema foi desenhado para executar, de forma autónoma, uma variedade de tarefas solicitadas em linguagem natural, desde a tradução de conteúdos até à criação de listas de potenciais clientes ou à revisão de documentação interna.
Agente imita utilização humana do computador
Classificado pela empresa como Computer Usage Agent (CUA), o DeepL Agent interage com o dispositivo da mesma forma que o utilizador: recorre a teclado, rato e navegador para concluir cada passo do processo solicitado. Esse modelo permite-lhe navegar por aplicações internas, páginas web e ficheiros, planear atividades, analisar dados e tomar decisões sem intervenção humana direta.
O agente foi pensado para fluxos de trabalho empresariais, ao contrário de outros CUAs focados em operações de consumo como reservas de viagens ou compras online. Nos testes de demonstração, a DeepL destacou exemplos práticos: localização de artigos na plataforma Contentful, preparação de uma lista de 50 empresas-alvo com resumos personalizados, verificação da consistência de material de marketing e extração de termos específicos em 235 artigos do Zendesk.
Controlo e segurança orientados para empresas
A startup alemã afirma ter incorporado proteções em vários níveis. Tantos os utilizadores individuais como administradores, líderes de equipa e direção podem monitorizar o que o agente faz, definir limites, validar resultados ou interromper o processo sempre que considerem necessário. A abordagem procura cumprir requisitos europeus de proteção de dados, dando ênfase à confidencialidade das informações tratadas.
Além das salvaguardas, a DeepL refere ganhos observados em pilotos internos: aumento de eficiência individual, melhoria no desempenho coletivo e libertação de tempo para tarefas de maior valor acrescentado. A empresa não forneceu métricas detalhadas, mas aponta para benefícios claros de produtividade nas equipas que testaram o serviço.
Disponibilidade e impacto no mercado
O DeepL Agent está em fase beta com um grupo restrito de clientes. A organização prevê disponibilizar o serviço para aquisição e programas piloto «nos próximos meses», sem especificar datas ou preços. A chegada deste produto aumenta a competição no segmento empresarial de IA generativa, dominado por propostas como o Copilot da Microsoft e o Claude da Anthropic.
Com a capacidade de compreender instruções complexas, raciocinar e concluir tarefas de ponta a ponta, a nova solução pretende posicionar-se como uma ferramenta transversal a vários departamentos. Segundo a DeepL, o objetivo é que equipas de vendas, marketing, apoio ao cliente ou tradução possam delegar processos repetitivos ao agente e, assim, concentrar-se em decisões estratégicas.
Embora ainda limitado a parceiros selecionados, o lançamento sinaliza a intenção da startup de expandir para além da tradução automática, área em que se tornou conhecida. A adoção generalizada dependerá, entre outros fatores, do custo final, da integração com sistemas existentes e da forma como se comparar em fiabilidade e segurança face aos concorrentes já estabelecidos.