Data center Fairwater da Microsoft será erguido em Mount Pleasant, Wisconsin, ao custo de US$ 3,3 bilhões, e deve se tornar a infraestrutura mais poderosa do mundo para aplicações de inteligência artificial (IA).
A companhia vai reutilizar instalações antes abandonadas pela Foxconn, convertendo 315 acres em uma “fábrica de IA” com três prédios, 111,5 mil m² de área construída e centenas de milhares de GPUs Nvidia GB200 interligadas por fibras ópticas capazes de dar quatro voltas e meia na Terra.
Data center Fairwater da Microsoft promete recorde em IA
Segundo a Microsoft, o Fairwater entregará desempenho dez vezes superior ao do atual supercomputador mais rápido em operação. Cada rack reunirá 72 GPUs conectadas pelo sistema NVLink, o que, combinado à rede InfiniBand e Ethernet de 800 Gbps, permitirá processar mais de 865 mil tokens por segundo em grandes modelos de linguagem.
Para mitigar o impacto ambiental, mais de 90% da capacidade de computação utilizará resfriamento líquido em circuito fechado. A água circula por tubulações internas, absorve o calor gerado pelos chips e retorna ao sistema após ser resfriada, eliminando praticamente todo o desperdício por evaporação.
A obra também impressiona pelos números de engenharia: 75 km de fundações, 12 mil toneladas de aço estrutural e mais de 190 km de cabos subterrâneos. Toda essa infraestrutura foi projetada para operar como um único supercomputador, permitindo que grandes conjuntos de dados e modelos de IA sejam treinados de forma integrada, sem a latência típica de data centers tradicionais.
O projeto surge em meio a questionamentos sobre sustentabilidade energética. Em entrevista ao The Verge, executivos da Microsoft destacaram que a adoção do resfriamento líquido e a utilização de fontes renováveis fazem parte do compromisso de neutralizar emissões e reduzir o consumo de água.
Antes marcado pelo insucesso da fábrica de LCD da Foxconn anunciada em 2017, o terreno ganha novo significado com a chegada da Microsoft. A expectativa é que o Fairwater impulsione a economia local e redefina padrões de computação em nuvem orientada a IA.
O data center deve entrar em operação em fases a partir de 2026, acompanhando a crescente demanda por treinamento de modelos generativos e aplicações corporativas baseadas em IA.
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Imagem: Divulgação/Microsoft