Cortes de cabos submarinos afetam internet no Oriente Médio foram registrados neste fim de semana, provocando instabilidade e aumento de latência para usuários de serviços em nuvem da Microsoft e outras companhias na região.
Responsáveis por 99% de todo o tráfego digital do planeta e distribuídos em mais de 1,4 milhão de quilômetros no fundo do mar, os cabos submarinos compõem a espinha dorsal da conectividade global. A interrupção de apenas algumas rotas é suficiente para gerar efeitos em cadeia em diversos países.
Cortes de cabos submarinos afetam internet no Oriente Médio
Segundo comunicado da Microsoft, clientes da plataforma Azure podem ter notado “latência acima do normal” porque três cabos ópticos no Mar Vermelho foram danificados. Embora o tráfego que não passa pela área tenha permanecido estável, a empresa precisou redirecionar parte dos dados até que os reparos fossem concluídos.
A Amazon Web Services (AWS) também confirmou a falha, mas relatou que o redirecionamento preventivo para rotas alternativas evitou impactos significativos em seus serviços. A NetBlocks, ferramenta que monitora a integridade da internet em tempo real, mapeou quedas de conectividade pontuais na Índia e no Paquistão.
Investigação sobre possível sabotagem
Ainda não está claro se houve sabotagem nas linhas do Mar Vermelho. Um relatório recente da empresa de segurança cibernética Recorded Future observou nove incidentes semelhantes no Mar Báltico e em torno de Taiwan entre 2024 e 2025, levantando suspeitas de ações encobertas de Rússia e China. O documento indica que, embora falhas técnicas continuem sendo a principal causa de rupturas, os ataques deliberados vêm crescendo.
Alguns países europeus reforçaram patrulhas navais para proteger suas infraestruturas subaquáticas. De acordo com a agência Reuters, autoridades avaliam medidas de segurança adicionais enquanto aguardam laudos que confirmem a origem dos estragos.
Big techs intensificam investimentos
O episódio reforça o interesse de gigantes de tecnologia, como Google, Meta e Microsoft, em construir suas próprias rotas oceânicas. Projetos transcontinentais visam aumentar a capacidade de dados e oferecer redundância contra falhas ou ataques, reduzindo a dependência de consórcios tradicionais de telecomunicações.
À medida que o tráfego global cresce e ameaças se tornam mais sofisticadas, especialistas defendem a diversificação de rotas e o uso de sensores inteligentes capazes de detectar vibrações e anomalias nos cabos, estratégia vista como essencial para proteger a infraestrutura crítica da economia digital.
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Imagem: Vismar UK/Shutterstock