Descoberta de Complexo estelar amplia aglomerado das Plêiades para milhares de estrelas irmãs

Descoberta de Complexo estelar amplia aglomerado das Plêiades para milhares de estrelas irmãs

Um novo mapeamento do céu indicou que o tradicional e conhecido aglomerado das Plêiades, popularmente associado a apenas sete estrelas brilhantes, representa somente o núcleo visível de uma família estelar muito mais extensa. Ao combinar medições do Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS), da NASA, com leituras de posição e movimento do telescópio espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), astrônomos da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill identificaram milhares de objetos que compartilham idade, origem e trajetória com o grupo central. O conjunto ampliado recebeu o nome de Complexo das Grandes Plêiades e se mostra cerca de 20 vezes mais vasto do que se imaginava.

Índice

Quem está por trás do estudo e quando a descoberta foi apresentada

A pesquisa foi conduzida por uma equipe da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, nos Estados Unidos. O resultado foi publicado em 12 de junho no periódico The Astrophysical Journal, um dos veículos de referência para a divulgação de descobertas na astrofísica. O trabalho tem como autor principal o pesquisador Andrew Boyle e inclui a participação de Andrew Mann e de outros colaboradores da mesma instituição.

O que exatamente é o Complexo das Grandes Plêiades

O nome “Plêiades” costuma remeter a um pequeno aglomerado visível a olho nu em noites claras, motivo pelo qual também é chamado de Sete Irmãs. Esse núcleo, no entanto, jamais representou todo o contingente de estrelas formadas no mesmo berçário. O novo levantamento indica que o grupo real constitui uma associação estelar em dispersão, espalhada por uma área do céu muito mais ampla do que se pensava. Por associação estelar entende-se um conjunto de astros que nasceu quase simultaneamente, compartilha propriedades químicas semelhantes e exibe movimento coletivo.

Segundo a análise, milhares de corpos luminosos que hoje se encontram distribuídos em diferentes direções mantêm elo físico com o núcleo visível. A designação Complexo das Grandes Plêiades foi proposta justamente para refletir a escala revisada do sistema, agora estimada em aproximadamente vinte vezes o tamanho originalmente atribuído às Sete Irmãs.

Como a equipe mapeou a estrutura estelar expandida

Dois instrumentos orbitais forneceram os dados fundamentais. O TESS, cuja missão principal é buscar planetas fora do Sistema Solar a partir de variações de brilho estelar, mede continuamente a luminosidade de milhões de astros. Já o Gaia determina posições, distâncias e movimentos apropriados com precisão sem precedentes, permitindo traçar a trajetória de cada estrela em três dimensões.

Ao cruzar as séries temporais de luminosidade obtidas pelo TESS com os vetores de posição e deslocamento do Gaia, os pesquisadores puderam filtrar objetos que apresentam origens comuns. O passo decisivo consistiu em empregar a velocidade de rotação de cada estrela como parâmetro de idade. Como estrelas jovens giram mais rapidamente e perdem velocidade ao longo do tempo, a rotação oferece um relógio relativamente confiável para hierarquizar gerações estelares.

Por que a rotação se tornou fator chave na identificação

O método adotado parte da relação direta entre idade e ritmo de rotação. No estágio inicial, estrelas conservam grande momento angular, manifestado em altas taxas de giro. À medida que alcançam estágios mais avançados, ventos estelares e outros processos dissipam parte dessa energia, resultando em rotação mais lenta. Esse comportamento foi utilizado como critério para agrupar astros que nasceram juntos, mesmo que hoje se apresentem distantes no céu.

Com isso, elementos que poderiam parecer não relacionados, por ocuparem regiões distintas da abóbada celeste, passaram a formar uma rede coesa quando analisados em termos de idade e movimento. A incorporação da rotação permitiu, portanto, separar coincidências de proximidade de pertencimento real, refinando o catálogo de membros do complexo.

Dimensões e características do novo agrupamento

O levantamento sugere que o Complexo das Grandes Plêiades contém um contingente estelar aproximadamente vinte vezes maior que o núcleo inicialmente observado. Embora o artigo não detalhe números absolutos de membros, o termo “milhares” indica um salto significativo em relação às poucas dezenas de estrelas tipicamente associadas às Sete Irmãs. A distribuição espacial também se diferencia: em vez de um cluster compacto, o conjunto aparece disperso, sinalizando fase avançada de dispersão gravitacional.

Essa dispersão implica que a força coletiva de atração entre as estrelas perdeu intensidade ao longo do tempo, permitindo que os objetos se espalhassem por áreas cada vez mais amplas do céu. Ainda assim, os traços de movimento semelhante, combinados à idade compatível, atestam a origem compartilhada.

Implicações científicas da descoberta

Os autores destacam que compreender famílias estelares maiores do que se enxergava a olho nu oferece acesso a estágios anteriores da história galáctica. Quanto melhor mapeadas as linhagens de estrelas, mais precisamente se podem reconstruir os ambientes de formação de sistemas planetários.

Além disso, a pesquisa levanta a hipótese de que outras estrelas próximas ao Sol integrem famílias igualmente extensas, apenas ainda não identificadas. O mesmo método baseado na rotação pode, portanto, revelar agrupamentos semelhantes em diferentes regiões da Via Láctea, abrindo caminho para reavaliar as condições de nascimento de uma diversidade de corpos celestes.

O estudo também toca na questão da origem do próprio Sistema Solar. Ao se delinear como os grupos se formam e se dispersam, cresce a possibilidade de situar o Sol dentro de um contexto de associação ancestral, embora o trabalho não apresente conclusão a esse respeito. A pertinência da técnica reside justamente em oferecer ferramentas para investigações futuras.

Relevância cultural das Plêiades e a nova dimensão simbólica

As Plêiades ultrapassam o campo estritamente científico e ocupam posição privilegiada em diferentes tradições. Referências ao aglomerado aparecem em textos bíblicos e no Talmude; na Nova Zelândia, o surgimento anual das estrelas no horizonte marca o Ano-Novo maori, celebração chamada Matariki; no Japão, o logotipo da montadora Subaru utiliza o desenho do grupo. A constatação de que essas estrelas formam um conjunto muito mais amplo fortalece o simbolismo associado, ao mesmo tempo em que redefine a percepção pública sobre o que se observa a olho nu.

Perspectivas abertas pelo método de rotação estelar

A adoção de curvas de luz do TESS para extrair períodos de rotação, combinadas aos vetores cinemáticos detalhados do Gaia, estabelece um modelo operacional replicável. Conforme mais estrelas tenham seu ritmo de rotação medido, outras associações hoje invisíveis tendem a emergir. Dessa forma, a técnica promete refinar a compreensão dos processos de formação estelar, da dinâmica de dispersão dos grupos e da cronologia galáctica como um todo.

O estudo, ao revelar que a imagem das Sete Irmãs é apenas a parte mais brilhante de um conjunto muito maior, acrescenta nova camada de complexidade ao panorama celeste visível do planeta. A partir de agora, o nome Plêiades passa a abranger não apenas um pequeno aglomerado observado em noites límpidas, mas milhares de irmãs espalhadas por vastas regiões do céu, todas elas descendentes de um mesmo berçário cósmico.

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