Cometa SWAN R2 sofre impacto do vento solar intenso

Cometa SWAN R2 sofre impacto direto do vento solar enquanto cruza a órbita de Mercúrio, provocando fortes distúrbios em sua longa cauda iônica, segundo astrônomos.

O fenômeno ocorre poucos dias após um buraco coronal no Sol lançar rajadas de alta velocidade que geraram auroras intensas no hemisfério Norte. Agora, o mesmo fluxo de partículas incide sobre o recém-descoberto corpo celeste, alterando radicalmente sua aparência.

Cometa SWAN R2 sofre impacto do vento solar intenso

Imagens publicadas no portal especializado Spaceweather.com mostram a cauda do SWAN R2 retorcida, cheia de filamentos e nós. O austríaco Gerald Rhemann, que fez o registro na terça-feira (16), descreveu a estrutura como “extremamente ativa”. Já o australiano Michael Mattiazzo observou um “saca-rolhas descontrolado” com mais de 5 graus de extensão, possivelmente provocado por uma ejeção de massa coronal (CME).

Eventos assim podem chegar ao ponto de desconectar totalmente a cauda de um cometa, como ocorreu com o Nishimura em setembro de 2023. Caso a atividade solar se mantenha elevada, a probabilidade de ruptura no SWAN R2 é considerada elevada pelos especialistas.

Descoberto em 12 de setembro por Vladimir Bezugly, o objeto entrou rapidamente no catálogo do Minor Planet Center sob a designação C/2025 R2. Dados preliminares do Small Body Database da NASA indicam um período orbital de aproximadamente 22 mil anos, o que torna a atual passagem a única observável por esta geração.

No momento, o cometa apresenta magnitude próxima de 6, limite para observação a olho nu em céus escuros. Estimativas sugerem que ele poderá atingir magnitude 5,8 até meados de outubro, quando deve chegar a 0,25 unidade astronômica da Terra – algo em torno de 37,5 milhões de quilômetros.

Para localizá-lo, procure o horizonte oeste logo após o pôr do sol. Ele se desloca entre Marte e a estrela Espiga, na constelação de Virgem. Binóculos ou telescópios com abertura a partir de 150 mm ajudam a superar o brilho solar residual e a poluição luminosa.

Embora a atividade do SWAN R2 seja imprevisível, acompanhar sua evolução oferece oportunidade rara de observar em tempo real a interação entre vento solar e matéria cometária, fenômeno crucial para entender a composição desses objetos e, por extensão, a dinâmica do Sistema Solar.

Saiba mais sobre os impactos do clima espacial em nossa seção dedicada de Ciência e tecnologia e continue acompanhando as atualizações diárias.

Crédito: Gerald Rhemann via Spaceweather.com

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