Cobertura 5G atinge 2.019 cidades e supera meta de 2027, mas adesão segue baixa

Cobertura 5G atinge 2.019 cidades e supera meta de 2027, mas adesão segue baixa

O 5G tornou-se acessível a mais de seis em cada dez brasileiros, alcançando 64,94 % da população e 2.019 municípios, segundo dados mais recentes da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Apesar desse avanço territorial, apenas um quinto das linhas móveis utiliza de fato a nova geração de internet, revelando um descompasso entre cobertura e adoção que agora mobiliza regulador, governo e operadoras.

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5G no Brasil: cobertura ultrapassa metas antecipadamente

O dado de 64,94 % divulgado pela Anatel coloca o Brasil à frente do cronograma originalmente estabelecido no edital de licitação do espectro. A meta oficial previa chegar a 57,67 % da população até 2027; portanto, o objetivo foi superado dois anos antes do prazo. O marco é significativo porque a ativação comercial do 5G no país ocorreu em julho de 2022, poucos meses depois do leilão promovido no final de 2021. Desde então, operadoras vêm instalando antenas em ritmo acelerado, inicialmente nas capitais e, agora, em cidades de porte médio que completam o grupo de 2.019 municípios já cobertos.

Esse desempenho coloca o país entre os líderes mundiais em implantação da quinta geração de redes móveis, pelo critério de expansão populacional em curto intervalo de tempo. A infraestrutura que sustenta o serviço foi erguida em aproximadamente dois anos, tempo considerado curto para um território com dimensões continentais e desafios logísticos variados.

Adesão ao 5G permanece limitada a 20% das linhas

Apesar da disponibilidade técnica, somente 55,1 milhões de linhas, ou 20 % do total de 270,1 milhões habilitadas no Brasil, acessam a rede de quinta geração. Em contraste, 180 milhões de dispositivos permanecem conectados ao 4G, evidenciando a preferência do consumidor por planos e aparelhos mais baratos que ainda dominam o mercado. Além disso, 3G e 2G seguem ativos, respectivamente com mais de 15 milhões e 18 milhões de acessos, mostrando que camadas significativas da população ainda dependem de tecnologias anteriores.

A discrepância entre cobertura e uso sugere que a adoção de novas gerações de rede não ocorre apenas pela existência de infraestrutura: fatores econômicos e comportamentais influenciam fortemente a decisão do usuário. O caso brasileiro exemplifica esse fenômeno, já que a expansão geográfica do 5G foi mais veloz do que a renovação do parque de smartphones.

Preços dos smartphones 5G são principal barreira

Para o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, o preço dos aparelhos compatíveis explica a baixa adesão. Mesmo em campanhas promocionais, modelos de entrada com suporte ao 5G costumam custar em torno de R$ 850, valor bem superior ao de celulares 4G comercializados por menos de R$ 500 em períodos de desconto, como a recente Black Friday. Em uma economia na qual o consumidor ainda prioriza custo imediato, a diferença de preço torna-se decisiva.

Baigorri informou que a agência discute, em conjunto com o Ministério das Comunicações, opções para baratear os dispositivos, mas não há definição oficial de incentivo fiscal ou de linhas de crédito voltadas a esse fim. Enquanto o impasse persiste, boa parte dos usuários opta por manter aparelhos 4G ou comprar modelos mais simples, mesmo sabendo que isso limita o acesso às velocidades maiores e à menor latência proporcionadas pela nova rede.

A situação ilustra como políticas públicas de conectividade precisam ir além da infraestrutura. A disponibilidade de espectro e antenas, embora fundamental, não garante adoção massiva se o ecossistema de terminais continuar caro em relação ao poder de compra médio.

Panorama das tecnologias 2G, 3G e 4G no país

A manutenção de 18 milhões de linhas em 2G e 15 milhões em 3G indica que segmentos específicos — como usuários de aparelhos mais antigos ou soluções de telemetria que dependem de baixo consumo — ainda requerem essas redes legadas. Já o 4G permanece predominante devido ao equilíbrio entre desempenho, cobertura consolidada e preço acessível dos telefones. Esse cenário cria uma pirâmide tecnológica: no topo, o 5G expande-se rapidamente em cobertura; no centro, o 4G concentra a base de consumidores; e, na base, 3G e 2G resistem por atender nichos específicos.

O desafio regulatório consiste em incentivar a migração gradual, evitando ao mesmo tempo a obsolescência precoce de aparelhos em uso. Enquanto o 5G se consolida, operadoras mantêm as estações rádio-base das gerações anteriores para preservar a continuidade dos serviços, o que adiciona custo operacional ao sistema.

Estratégia do governo para levar o 5G a áreas remotas

Com todas as capitais já cobertas, o Ministério das Comunicações volta-se agora a localidades de menor densidade populacional. O plano inclui vilas rurais, trechos de rodovias e municípios atualmente desprovidos de sinal adequado. Segundo o ministro Frederico de Siqueira Filho, ampliar a capilaridade exigirá não apenas a participação das grandes operadoras, mas também de novos entrantes que possam explorar nichos regionais.

A cobertura de áreas remotas é vista como essencial para reduzir desigualdades de acesso à informação e fomentar serviços digitais de saúde, educação e agronegócio. A implantação em regiões menos populosas, contudo, costuma apresentar retorno financeiro mais lento, razão pela qual a expansão depende de estímulos regulatórios e de um ambiente competitivo que favoreça provedores de menor porte.

Novo leilão de 700 MHz e a meta de concluir o 5G em 2027

Para sustentar a etapa seguinte de expansão, o governo programou um leilão exclusivo da faixa de 700 MHz para janeiro. Essa frequência é valorizada por cobrir grandes distâncias com menor quantidade de antenas, característica conveniente em áreas de geografia complexa ou baixa concentração de habitantes. O certame deve atrair tanto operadoras tradicionais quanto empresas regionais interessadas em prestar serviço local.

Além de aumentar a extensão territorial, o leilão integra a estratégia de antecipar para 2027 a conclusão da cobertura nacional, originalmente prevista para 2028. O prazo revisto mantém a pressão sobre todos os atores do setor para acelerar investimentos. Caso o cronograma seja cumprido, a infraestrutura necessária estará finalizada no mesmo ano em que a meta populacional já foi superada, faltando apenas converter a cobertura em adoção efetiva. A próxima etapa dessa agenda acontece já em janeiro, com a realização do leilão da faixa de 700 MHz.

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