A OpenAI introduziu no ChatGPT um modo agente, função que transforma o chatbot num assistente digital autónomo capaz de executar tarefas completas dentro de um ambiente virtual integrado. O recurso combina navegação web, análise de dados e raciocínio contextual, permitindo que o utilizador delegue processos extensos sem intervenção manual constante.
Como funciona o novo modo
O agente opera sobre um computador virtual alojado nos servidores da OpenAI. Depois de receber instruções, o sistema percorre websites, recolhe informação, compila ficheiros e apresenta resultados num único fluxo de trabalho. A tecnologia funde capacidades antes separadas — Operator, dedicada à navegação interactiva, e Deep Research, focada em tratamento de dados — sob a interface regular do ChatGPT.
Durante a execução, cada passo é visível para o utilizador, que pode pausar, redireccionar ou assumir o controlo a qualquer momento. Acções críticas, como inícios de sessão ou envio de formulários, exigem confirmação explícita, reduzindo riscos de operações não autorizadas.
Tarefas que podem ser delegadas
De acordo com a OpenAI, o modo agente destina-se a processos repetitivos, demorados ou técnicos. Entre os exemplos indicados estão:
Análise de concorrência: o agente visita sites de empresas do mesmo sector, recolhe preços, serviços e avaliações e devolve um relatório estruturado.
Planeamento de viagens ou eventos: cruza a agenda do utilizador com horários de voos, hotéis e atracções, gerando um itinerário completo.
Criação de apresentações: compila conteúdos, imagens e dados estatísticos em diapositivos editáveis.
Gestão de relatórios mensais: extrai bases de dados actualizadas e preenche modelos predefinidos.
Acesso a plataformas com credenciais: mediante autorização, realiza login em portais de ensino ou bases internas e extrai informação personalizada.
Público-alvo e limites de utilização
O modo agente é exclusivo para subscritores pagos do ChatGPT. A versão Pro oferece acesso ilimitado, enquanto os planos Plus e Team permitem até 50 acções mensais. Clientes Enterprise ou Education terão distribuição progressiva a partir do segundo semestre de 2025.
Utilizadores da modalidade gratuita não dispõem, por agora, do novo recurso.
Vantagens operacionais
Nos testes internos citados pela empresa, o agente superou analistas humanos em velocidade e precisão em benchmarks como DSBench e SpreadsheetBench. A integração de busca web, processamento de dados e criação de documentos reduz tempo gasto em tarefas mecânicas e diminui a necessidade de alternar entre várias ferramentas.
A segurança faz parte do desenho. O sistema foi configurado para solicitar autorização quando precisa de credenciais ou quando pretende enviar informação fora do ambiente controlado. Também incorpora salvaguardas contra comandos maliciosos, segundo a OpenAI.
Limitações conhecidas
Ainda que execute autonomamente grande parte do fluxo, o agente apresenta restrições. Conteúdos visuais, como diapositivos ou elementos gráficos, podem necessitar de ajustes manuais para atingir qualidade final. Páginas protegidas por captchas, JavaScript intenso ou autenticação multifactor podem bloquear o acesso automático.
O desempenho depende ainda da clareza das instruções. Pedidos mal definidos podem originar saídas incompletas ou fora do contexto pretendido.
Perspetiva de uso no dia a dia
O lançamento do modo agente sinaliza um avanço na oferta de assistentes digitais orientados à produtividade. Empresas e profissionais que lidam com recolha de dados, geração de relatórios ou planeamento poderão experimentar reduções significativas em tarefas de rotina. Apesar disso, a supervisão humana continua recomendada, tanto para validar resultados como para efectuar ajustes finos em apresentações ou conteúdos criativos.
Com a disponibilização progressiva nos diferentes planos, a adoção deverá aumentar à medida que a OpenAI refina o controlo de segurança e amplia a compatibilidade com sites de terceiros.

Imagem: ChatGPT OpenIA reprodução via olhardigital.com.br