Charles Kushner é convocado pelo governo francês

Charles Kushner é convocado pelo governo francês

Charles Kushner, embaixador dos Estados Unidos na França, foi convocado por Paris depois de afirmar, em carta ao presidente Emmanuel Macron, que o país “não faz o suficiente” para combater o antissemitismo.

Charles Kushner é convocado pelo governo francês

O Ministério para a Europa e Assuntos Exteriores informou que o diplomata deverá se apresentar na próxima segunda-feira. Na nota oficial, as autoridades francesas classificam as alegações de Kushner como “inaceitáveis” e contrárias ao princípio de não ingerência nos assuntos internos de outro Estado.

No texto enviado a Macron, divulgado no domingo, o embaixador norte-americano criticou declarações públicas que, segundo ele, “hostilizam Israel” e defendeu a aplicação irrestrita das leis de crimes de ódio, além de proteção reforçada a escolas e sinagogas judaicas. Kushner afirmou ainda que gestos rumo ao reconhecimento de um Estado palestino “encorajam extremistas, alimentam a violência e colocam em risco a vida de judeus na França”.

A chancelaria local reagiu dizendo que tais comentários violam o direito internacional. A tensão se soma a outros atritos recentes na relação franco-americana, como divergências sobre tarifas comerciais e sobre a presença de forças de paz da ONU no Líbano. O clima arrefeceu parcialmente após encontro cordial entre Macron e o presidente dos EUA na semana passada, mas o novo episódio reacende o mal-estar.

Kushner, de 69 anos, é pai de Jared Kushner — genro do ex-presidente Donald Trump — e foi indicado ao posto em novembro passado. Confirmado pelo Senado em maio, ele se apresenta como filho de sobreviventes do Holocausto. Em 2005, o empresário foi condenado a dois anos de prisão por sonegação fiscal e manipulação de testemunhas, mas recebeu perdão presidencial de Trump em 2020.

O Departamento de Estado dos EUA afirmou, por meio do porta-voz Tommy Pigott, que mantém apoio às declarações do embaixador. A Casa Branca não comentou até o momento. A França abriga cerca de 500 mil judeus, a maior comunidade judaica da Europa e a terceira do mundo, o que reforça a sensibilidade do tema para o governo Macron.

Segundo o Ministério francês das Relações Exteriores, a audiência com Kushner ocorrerá na sede do órgão, em Paris, sem previsão de declarações públicas após o encontro.

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Crédito da imagem: Globalnews.ca

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