CD Projekt RED detalha cronograma de The Witcher 4 e promete trilogia completa em seis anos

The Witcher 4 não chegará às prateleiras em 2026, mas a CD Projekt RED pretende concluir toda a nova trilogia em um intervalo máximo de seis anos. A confirmação foi apresentada durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre, ocasião em que o copresidente Michal Nowakowski explicou que o estúdio não divulgará uma data exata para o quarto jogo, embora garanta que ele não será lançado antes de 2027. A decisão retrata uma mudança considerável na estratégia da companhia, que planeja reduzir o intervalo entre os capítulos e, ao mesmo tempo, preservar o padrão de qualidade associado à série.

Confirmação oficial adia a estreia do quarto capítulo

O ponto central da teleconferência foi o esclarecimento acerca do calendário de lançamento. Nowakowski afirmou que “não existe previsão para 2026”, descartando rumores que circulavam entre fãs e investidores. O executivo indicou que o desenvolvimento segue seu cronograma interno sem enfrentar obstáculos técnicos ou de design fora do esperado. Dessa forma, a estreia de The Witcher 4 fica oficialmente empurrada para 2027 ou além, estabelecendo expectativas mais realistas para a comunidade.

A reformulação do planejamento ocorre após a experiência com o lançamento de Cyberpunk 2077, que foi marcado por atrasos, revisões de cronograma e recepção inicial conturbada. Para evitar repetir o cenário, a direção da CD Projekt RED adota agora um discurso mais cauteloso, evitando fornecer estimativas concretas enquanto o projeto não atingir estágios avançados de produção.

Três jogos em seis anos: meta ambiciosa

A grande novidade na estratégia do estúdio é a intenção de publicar The Witcher 4, The Witcher 5 e The Witcher 6 em um período total de seis anos. Na prática, isso significa que os dois títulos seguintes devem chegar ao mercado com intervalos médios de dois a três anos entre si, um ritmo muito mais acelerado do que o observado na trilogia original, cuja produção se estendeu por quase uma década.

De acordo com Nowakowski, essa abordagem permitirá ciclos de desenvolvimento mais previsíveis e alinhados às metas internas. O estúdio argumenta que a visão de longo prazo para três capítulos facilita a organização de recursos, a definição de escopos e a padronização de ferramentas. A meta de seis anos, entretanto, permanece condicionada a critérios de qualidade considerados inegociáveis pela administração.

Mudança de metodologia e lições de projetos anteriores

Uma das justificativas para o novo calendário está na mudança de metodologia adotada após o ciclo de Cyberpunk 2077. A empresa passou a operar com múltiplas equipes independentes que, apesar de colaborarem entre si, trabalham em parcelas distintas do universo The Witcher. Essa divisão permite que pré-produção, produção principal e estágio final de um título ocorram em paralelo, reduzindo o tempo total sem sobrecarregar uma única equipe.

O estúdio também enfatiza o uso de lições aprendidas com seus títulos de maior escala. Ferramentas internas foram aprimoradas para agilizar processos de arte, design e programação, ao mesmo tempo em que práticas de testes e controle de qualidade foram reforçadas. Essa combinação, segundo Nowakowski, diminui riscos e encurta as fases críticas do desenvolvimento.

The Witcher 4 como alicerce tecnológico

Embora seja o primeiro jogo do novo arco narrativo, The Witcher 4 foi concebido para servir de base estrutural aos capítulos subsequentes. A partir dele, sistemas de combate, inteligência artificial, física e ferramentas de criação de quests serão reutilizados em The Witcher 5 e The Witcher 6, permitindo que os próximos projetos aproveitem parte substancial do investimento inicial.

Essa filosofia de reutilização reduz custos e, principalmente, o tempo necessário para a implementação de funcionalidades chave. Com o terreno tecnológico consolidado, as equipes responsáveis pelos jogos seguintes poderão focar em conteúdo narrativo, expansão de cenários e refinamento de mecânicas, em vez de reconstruir a fundação técnica do zero.

Equipes paralelas e reorganização interna

O objetivo de fechar a trilogia em seis anos somente se torna viável graças ao crescimento do quadro de funcionários da CD Projekt RED. Atualmente, o estúdio dispõe de múltiplas unidades capazes de tocar projetos simultâneos. Enquanto o time principal conduz a produção de The Witcher 4, outra célula já atua na fase de pré-produção de The Witcher 5, realizando pesquisa temática, prototipagem de sistemas e definições de roteiro.

Segundo Nowakowski, essa sobreposição de ciclos acontecerá de forma gradual. Conforme The Witcher 4 se aproxima da finalização, profissionais serão realocados para acelerar as etapas intermediárias do quinto jogo. O sexto título, por sua vez, iniciará seus estágios iniciais antes mesmo do lançamento do quinto, criando uma linha de produção contínua.

Riscos avaliados e controle de qualidade

Apesar do cronograma agressivo, a CD Projekt RED afirma não visualizar riscos extraordinários no momento. O estúdio reconhece, contudo, os desafios naturais de qualquer projeto de grande porte, sobretudo em franquias fortemente aguardadas. Para mitigar problemas, a empresa planeja ampliar as rotinas de teste, realizar revisões constantes de escopo e manter comunicação transparente com a comunidade somente quando os marcos internos estiverem consolidados.

A direção insiste que só anunciará datas específicas quando a confiança interna atingir patamares que garantam o cumprimento dos prazos. A postura responde à repercussão negativa provocada pelos sucessivos adiamentos de Cyberpunk 2077 e pelas condições de trabalho relatadas durante a fase final de desenvolvimento daquele jogo.

Ausência do autor Andrzej Sapkowski

Outro ponto abordado recentemente está relacionado à participação do escritor Andrzej Sapkowski, autor dos livros que originaram o universo The Witcher. Em evento para divulgar sua obra “A Encruzilhada dos Corvos”, ele revelou não ter sido consultado para The Witcher 4 e declarou que sua contribuição criativa é inexistente nesta fase do projeto.

Mesmo com a ausência, parte da mitologia criada pelo autor permanece como referência temática, sobretudo porque o novo livro antecede os eventos que envolvem o bruxo Geralt de Rívia. A CD Projekt RED dispõe de liberdade contratual para explorar histórias inéditas dentro das bases já estabelecidas, e Sapkowski sinalizou que os atuais acordos comerciais são satisfatórios, descartando qualquer conflito.

Contexto histórico da trilogia anterior

A primeira trilogia da franquia — lançada entre 2007 e 2015 — consolidou a reputação da CD Projekt RED, mas também ilustrou a longa duração dos ciclos de produção. O período de oito anos entre o título inaugural e The Witcher 3 contrasta com a janela de seis anos prevista para três jogos na nova fase. Essa mudança revela não só uma maturidade maior na gestão de projetos como também um crescimento estrutural, com equipes e recursos amplificados desde então.

No passado, cada título exigiu a criação de ferramentas proprietárias e pipelines que evoluíram gradualmente. A adoção de bases tecnológicas mais flexíveis no desenvolvimento atual elimina etapas que antes consumiam tempo significativo, viabilizando lançamentos mais frequentes sem comprometer o escopo.

Impacto para comunidade e mercado

Embora a data exata de estreia permaneça indefinida, a confirmação de que The Witcher 4 não chegará antes de 2027 reposiciona as expectativas do público e de investidores. Ao mesmo tempo, o compromisso de entregar três jogos em seis anos sinaliza que a franquia continuará recebendo atenção de forma consistente, evitando hiatos prolongados que poderiam diluir o interesse dos jogadores.

Para o mercado, a estratégia tem impacto direto na programação de lançamentos de grandes produções. A previsão de títulos em intervalos mais curtos pode influenciar cronogramas de concorrentes, além de estimular investimentos em plataformas que garantam suporte técnico adequado às ambições da CD Projekt RED.

A produção de The Witcher 4 segue conforme planejado, e o estúdio adota postura cautelosa ao comunicar seu progresso. Enquanto os detalhes permanecem restritos, a comunidade acompanha cada atualização em busca de pistas sobre cenários, personagens e mecânicas que definirão o próximo ciclo narrativo. A trilogia, agora confirmada para um horizonte de seis anos, estabelece um marco na evolução da série e reforça a intenção do estúdio de equilibrar ambição e aprendizado.