Canadá retira tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA
Canadá retira tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA
Canadá retira tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA numa decisão anunciada nesta sexta-feira (14), que suspende parte dos gravames de 25% aplicados a cerca de C$ 30 bilhões em mercadorias americanas.
Medida entra em vigor em 1º de setembro
A flexibilização foi comunicada pelo primeiro-ministro Mark Carney, um dia após a primeira conversa telefônica com o presidente Donald Trump desde que ambos perderam o prazo autoimposto para atualizar o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA).
Segundo Carney, as tarifas serão eliminadas para bens que respeitem as regras do USMCA, “restabelecendo o livre-comércio para a grande maioria” dos produtos bilateralmente negociados. Seguem protegidos, contudo, setores considerados estratégicos: aço, alumínio e automóveis continuam sujeitos a tarifas canadenses de 25%.
Contexto: tarifas em escalada desde agosto
Em agosto, Washington elevou para 35% as tarifas sobre itens canadenses que não se enquadravam no pacto comercial, parte da estratégia global de elevação de barreiras adotada por Trump desde seu retorno à Casa Branca em janeiro. Como resposta, Ottawa taxou itens que vão de suco de laranja a máquinas de lavar.
Pesquisa recentes mostram que a maioria da população apoia a retaliação. Eleito em abril, Carney prometeu uma postura “cotovelos levantados” nas negociações, expressão emprestada do hóquei no gelo para indicar firmeza.
Reações em Washington e impactos econômicos
Em nota à BBC News, a Casa Branca classificou a medida como “há muito esperada” e declarou esperar avanços em debates sobre comércio e segurança nacional. Trump afirmou que voltará a falar com Carney “em breve”.
Economistas alertam que as tarifas americanas sobre aço e alumínio — de 50% para a maioria dos países, exceto Reino Unido — já provocam cortes de contratos e demissões no setor metalúrgico canadense. A indústria automotiva de Ontário, onde 38 mil empregos foram perdidos nos últimos três meses, também continua vulnerável, pois a fabricação de veículos depende do trânsito constante de peças entre os três países da América do Norte.
Carney declarou que, até a revisão do USMCA prevista para o ano que vem, o objetivo é “acelerar as negociações” envolvendo aço, alumínio, madeira e outros segmentos sensíveis.
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