Brasileiros lideram ranking global de vítimas de fraudes online, revela Índice de Fraude 2025

Lead — quem, o quê, quando, onde e por quê

O Brasil ocupa a primeira posição entre os países que mais sofrem com golpes na internet, de acordo com o Índice de Fraude 2025, elaborado pela Veriff. O levantamento, divulgado em 27 de outubro de 2025, evidencia que 26 % dos consumidores brasileiros consultados foram vítimas de fraude digital nos últimos 12 meses. O estudo também assinala um aumento de 21 % na incidência mundial de ataques em relação a 2024, atribuindo parte do avanço à popularização de recursos de inteligência artificial (IA) e de deepfakes.

Metodologia do relatório e panorama geral

Para compor o Índice de Fraude 2025, a Veriff entrevistou 2 000 pessoas distribuídas em três mercados: Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. Entre todos os participantes, 95 % declararam já ter se deparado com alguma atividade fraudulenta na esfera digital. O objetivo da sondagem foi medir o grau de exposição do consumidor, as perdas financeiras mais frequentes e a percepção de risco diante de novas tecnologias utilizadas por golpistas.

Comparativo entre países evidencia vulnerabilidade brasileira

Os dados do relatório apontam discrepâncias significativas entre os três países avaliados. No Brasil, 26 % dos entrevistados afirmaram ter sofrido fraude efetiva no período recente. No Reino Unido o índice ficou em 20 % e, nos Estados Unidos, em 15 %. Esses percentuais reforçam a posição de destaque — e de vulnerabilidade — do mercado brasileiro perante golpes digitais, mesmo considerando que a amostra envolveu o mesmo volume de respondentes em cada nação.

Impacto financeiro: valores perdidos pelos consumidores

As perdas monetárias refletem a gravidade do problema no Brasil. Quatro em cada dez brasileiros consultados (40 %) relataram prejuízos superiores a R$ 1 300 decorrentes de fraudes online. Dentro desse grupo, 5 % informaram ter perdido mais de R$ 26 000 em um único golpe. Em escala global, 74 % dos participantes sofreram alguma perda financeira e 10 % registraram prejuízos na casa de milhares de dólares. Os números demonstram que o risco não se limita à frequência dos ataques, mas também à magnitude dos valores envolvidos.

Evolução anual e recorrência dos golpes

Comparado a 2024, o volume de casos documentado pela Veriff aumentou 21 %. O relatório também mostra que 17 % dos entrevistados enfrentaram fraudes online pelo menos cinco vezes nos 12 meses anteriores à pesquisa, refletindo uma tendência de ataques repetitivos que amplia a sensação de insegurança. Ainda segundo o estudo, essa reincidência indica que estratégias tradicionais de proteção já não são suficientes para neutralizar a atividade criminosa na web.

Papel da inteligência artificial e dos deepfakes

O Índice de Fraude 2025 relaciona diretamente o avanço dos golpes à disseminação de ferramentas de IA e de deepfakes. Entre todos os consultados, 78 % afirmaram já ter sido alvo de fraudes que exploram essas tecnologias, enquanto menos de 4 % declararam não temê-las. No recorte global, 46,05 % dos participantes relatam sentir “muito medo” do potencial de manipulação dessas técnicas. No contexto brasileiro, 60 % dos consumidores apontam ter enfrentado tentativas de golpe que envolviam IA, confirmando a adoção acelerada do recurso por redes criminosas.

Expectativas de segurança e postura do consumidor brasileiro

A pesquisa demonstra que o público brasileiro exibe nível elevado de exigência em relação à proteção de identidade. Segundo o documento, a maioria dos entrevistados no país se mostra receptiva a soluções como reconhecimento facial e verificação de documentos por imagem, medidas vistas como barreiras adicionais contra fraude. Quase 80 % dos brasileiros dizem considerar indispensável o reembolso integral em casos de golpe confirmado. Além disso, 87 % costumam avaliar o histórico de prevenção de fraudes de uma empresa antes de contratar serviços ou adquirir produtos, condicionando a decisão de compra à reputação em cibersegurança.

Risco corporativo diante da sofisticação dos ataques

A Veriff observa que a combinação de IA e deepfakes já se traduz em ameaças concretas e recorrentes. Na prática, empresas que não investirem em processos robustos de verificação de identidade, autenticação em tempo real e monitoramento contínuo tendem a perder clientes, receita e reputação. Conforme indica o relatório, o consumidor brasileiro, em especial, demonstra disposição para migrar rapidamente para plataformas que ofereçam camadas adicionais de proteção contra fraude.

Práticas recomendadas ao realizar transações online

O Índice de Fraude 2025 inclui orientações básicas para reduzir o risco de golpes virtuais. Entre as recomendações constam:

• Verificar cuidadosamente endereços eletrônicos, identificando domínios suspeitos ou erros de digitação que indiquem falsificação.

• Evitar clicar em promoções recebidas por e-mail ou mensagem instantânea sem confirmar a autenticidade da oferta.

• Priorizar pagamentos em sites que adotem intermediadores reconhecidos, como plataformas de carteira digital que utilizam protocolos de segurança consolidados.

• Nunca fornecer senhas, códigos de autenticação ou dados bancários por telefone, correio eletrônico ou redes sociais, mesmo quando a solicitação pareça vir de fonte confiável.

Cenário atual e perspectivas

Os resultados divulgados pela Veriff posicionam o Brasil na linha de frente dos desafios relacionados à fraude online. A combinação de perdas financeiras expressivas, crescimento anual constante e adoção massiva de IA pelos fraudadores torna o problema urgente. Paralelamente, o consumidor brasileiro reforça a pressão sobre empresas e prestadores de serviço, exigindo mecanismos avançados de verificação e políticas de reembolso claras. Em um ambiente em que 21 % mais golpes foram registrados em apenas um ano, a tendência é de que a capacidade de resposta das organizações determine sua competitividade e credibilidade no mercado.