Brasileira de 29 anos torna-se bilionária com a plataforma de apostas Kalshi

Luana Lara Lopes, brasileira de 29 anos, entrou para o seleto grupo de bilionários ao ver a plataforma de apostas Kalshi atingir valor de mercado estimado em US$ 11 bilhões. A empresa, criada em 2018 nos Estados Unidos, consolidou-se como mercado regulado de contratos baseados em eventos concretos e impulsionou o patrimônio da empreendedora para cerca de US$ 1,3 bilhão.
- A trajetória de Luana Lara Lopes até a plataforma de apostas Kalshi
- Concepção da Kalshi: como surgiu a plataforma de apostas em eventos
- Regulamentação pela CFTC fortalece a posição da Kalshi
- Rodadas de investimento e avaliação de US$ 11 bilhões
- Expansão de serviços e novas integrações de mercado
- Desafios regulatórios estaduais e perspectiva de continuidade
- Do balé de Joinville ao mercado bilionário nos Estados Unidos
- Base de usuários, contratos populares e foco em eventos esportivos
- Próximos passos após a vitória judicial de 2024
A trajetória de Luana Lara Lopes até a plataforma de apostas Kalshi
A história da nova bilionária reúne etapas pouco comuns em carreiras de tecnologia. Na adolescência, Luana integrou o Balé Bolshoi de Joinville, experiência marcada por treinos intensos e alto nível de competitividade. Esse período, segundo relatos publicados pela imprensa, moldou disciplina e resiliência que mais tarde se mostrariam úteis no mundo empresarial.
Em 2014, Luana ingressou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), onde escolheu ciência da computação como formação principal. Durante a graduação, acumulou passagens por grandes instituições financeiras – Bridgewater e Citadel – e conquistou prêmios acadêmicos, como ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e bronze na Olimpíada de Matemática de Santa Catarina. A soma dessas vivências reforçou sua familiaridade com mercados, análise quantitativa e tomada de decisão baseada em dados.
Concepção da Kalshi: como surgiu a plataforma de apostas em eventos
A ideia de criar a plataforma de apostas despontou em 2018, enquanto Luana e o colega Tarek Mansour estagiavam em Nova York. Ambos perceberam que decisões relevantes em instituições financeiras dependiam de previsões sobre fatos externos – resultados eleitorais, indicadores econômicos ou premiações. A proposta consistiu em transformar essas previsões em contratos negociáveis, permitindo que usuários comprassem ou vendessem exposições diretamente ligadas a um possível desfecho.
Com a estrutura concebida, os fundadores submeteram o projeto ao programa Y Combinator em 2019 e receberam apoio inicial de investidores. A plataforma passou a ser desenvolvida como um mercado semelhante a uma bolsa, porém dedicado exclusivamente a probabilidades de eventos futuros. Cada operação representa uma aposta vinculada a um resultado concreto, e a empresa obtém receita por meio de taxas de transação, não pela participação nos ganhos ou perdas dos usuários.
Regulamentação pela CFTC fortalece a posição da Kalshi
Um dos diferenciais decisivos para o avanço da plataforma de apostas foi a aprovação regulatória da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), agência independente do governo norte-americano. O aval chegou em 2020, após processo que envolveu consultas a dezenas de escritórios de advocacia. A autorização conferiu legitimidade ao serviço e criou barreira de entrada para concorrentes que atuavam sem reconhecimento oficial.
A relação com a CFTC, entretanto, não transcorreu sem atritos. Em 2023, a agência rejeitou contratos eleitorais propostos pela Kalshi, levando a empresa a mover ação judicial. O litígio se estendeu até 2024, quando a companhia venceu o caso e se tornou a primeira plataforma a oferecer contratos eleitorais regulamentados nos Estados Unidos em mais de um século. O resultado consolidou a posição da Kalshi como operadora pioneira em mercados de previsão legalmente reconhecidos.
Rodadas de investimento e avaliação de US$ 11 bilhões
O crescimento da base de usuários e a validação regulatória atraíram capital expressivo. Em rodada recente, investidores injetaram US$ 1 bilhão, elevando a avaliação da Kalshi para US$ 11 bilhões. Com aproximadamente 12 % de participação cada, Luana Lara Lopes e Tarek Mansour viram seu patrimônio individual atingir cerca de US$ 1,3 bilhão.
Segundo dados divulgados pela companhia, o volume semanal de negociações supera a marca de US$ 1 bilhão, e mais de 90 % desse montante concentra-se em contratos esportivos. O apetite do mercado por instrumentos que permitam se posicionar sobre resultados de jogos, competições e outros eventos impulsiona a receita por taxas de transação, principal fonte financeira da empresa.
Expansão de serviços e novas integrações de mercado
Para ampliar o alcance, a Kalshi passou a integrar sua infraestrutura a corretoras populares, como Robinhood e Webull. Dessa forma, usuários já familiarizados com aplicações financeiras tradicionais podem negociar contratos de previsão sem sair das plataformas onde mantêm portfólios de ações ou criptomoedas.
A companhia também firmou parcerias estratégicas. Entre elas, destacam-se acordos com a liga profissional de hóquei no gelo (NHL) e com o marketplace StockX, especializado em itens de edição limitada e alto valor de revenda. Além disso, a Kalshi investiu em tecnologia blockchain, conectando suas operações à rede Solana para otimizar velocidade e segurança das liquidações.
Desafios regulatórios estaduais e perspectiva de continuidade
Embora a licença federal da CFTC ofereça amparo, a plataforma de apostas Kalshi enfrenta questionamentos em alguns estados norte-americanos, que discutem como contratos esportivos devem ser tributados e enquadrados pela legislação local. Esses processos ainda não afetaram significativamente o crescimento da empresa, mas representam pontos de atenção para os fundadores e investidores.
A confiança depositada no histórico da companhia contribui para a expectativa de que eventuais barreiras regionais sejam superadas, repetindo o desfecho observado no litígio federal sobre contratos eleitorais.
Do balé de Joinville ao mercado bilionário nos Estados Unidos
A transformação de Luana Lara Lopes, de bailarina adolescente no sul do Brasil a bilionária do setor financeiro em Nova York, reúne elementos de disciplina artística, formação tecnológica e vivência em grandes gestoras de recursos. O percurso inclui:
• Passagem pela Escola de Teatro Bolshoi, com rotina de treinos rigorosos.
• Ingresso no MIT em 2014 e escolha por ciência da computação.
• Experiências profissionais em Bridgewater e Citadel durante a graduação.
• Medalhas em competições acadêmicas de astronomia e matemática.
• Criação da Kalshi em 2018 ao lado de Tarek Mansour.
• Aprovação regulatória em 2020, crescimento de usuários e parcerias.
• Rodada de US$ 1 bilhão que elevou a avaliação a US$ 11 bilhões.
Base de usuários, contratos populares e foco em eventos esportivos
Informações reportadas pela imprensa indicam que a maioria das negociações na plataforma de apostas concentra-se em esportes, segmento responsável por mais de 90 % do volume semanal. A preferência decorre da grande frequência de jogos, possibilidade de estatísticas objetivas e demanda constante por instrumentos de exposição rápida.
Além de esportes, a Kalshi oferece contratos sobre resultados de eleições, premiações cinematográficas e indicadores econômicos. A diversidade de mercados atrai perfis variados de negociadores, desde usuários interessados em hedgear riscos associados a determinado evento até participantes que buscam oportunidades puramente especulativas.
Próximos passos após a vitória judicial de 2024
Com a decisão favorável que autorizou a negociação de contratos eleitorais regulamentados, a Kalshi prepara o lançamento de novos instrumentos relacionados ao pleito presidencial norte-americano. Esse cronograma faz da eleição o próximo foco de alta liquidez dentro da plataforma.

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