BNDES libera R$ 200 milhões para carro voador da Eve avançar em certificação e produção

BNDES libera R$ 200 milhões para carro voador da Eve avançar em certificação e produção

O projeto do carro voador da Eve Air Mobility recebeu um novo impulso financeiro: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um empréstimo de R$ 200 milhões para a startup ligada à Embraer. O recurso, confirmado pela instituição, servirá para acelerar a preparação do eVTOL – aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical – para a fase de testes de certificação junto à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e para consolidar etapas críticas do desenvolvimento do sistema de propulsão.

Índice

Por que o BNDES decidiu financiar o carro voador

O BNDES estruturou o aporte com duas fontes de recursos: R$ 160 milhões provenientes do Fundo do Clima e R$ 40 milhões da linha Finem. Ao optar por essa composição, o banco vincula o projeto a metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, considerando que o eVTOL da Eve promete operar com menor pegada ambiental que helicópteros e automóveis convencionais. Segundo a instituição, o financiamento se alinha à estratégia de promover soluções de mobilidade urbana que resultem em menor impacto climático e maior eficiência energética.

Outro fator determinante foi a posição de liderança da Eve Air Mobility no segmento. Como subsidiária da Embraer, a startup já possui infraestrutura, expertise em engenharia aeronáutica e um histórico de parcerias que diminuem o risco tecnológico. Desde 2022, o banco liberou R$ 1,2 bilhão em créditos para a companhia, reforçando a continuidade de um programa que contempla pesquisa, fábrica em Taubaté (SP) e etapas anteriores de desenvolvimento do veículo.

Como o novo empréstimo será aplicado no desenvolvimento do carro voador

Do montante aprovado, a maior parcela viabilizará a campanha de testes exigida pela ANAC para a emissão do certificado de tipo, documento indispensável para a operação comercial do eVTOL. Antes de chegar a esse ponto, a aeronave precisa comprovar desempenho, segurança e confiabilidade em simuladores, bancadas de ensaio e voos experimentais supervisionados. Cada procedimento gera dados que serão analisados pela autoridade reguladora.

Paralelamente, parte dos recursos será direcionada ao aperfeiçoamento do sistema de propulsão elétrica. O mecanismo, classificado pela Eve como etapa crítica, integra oito motores elevadores distribuídos nas asas, responsáveis pelo voo vertical, e um propulsor traseiro dedicado à navegação horizontal. A calibração desse conjunto é essencial para que a aeronave atinja autonomia de 100 km, alcance projetado sem necessidade de recarga intermediária.

Etapas de certificação e testes previstas

Para obter o certificado de tipo, a Eve seguirá um roteiro regulatório que inclui ensaios em solo, provas estruturais, testes de falha dos sistemas e avaliações de integridade elétrica. Após a conclusão dessas fases, o protótipo avançará para voos controlados em áreas delimitadas, nos quais serão aferidos envelope de voo, estabilidade, controle e desempenho em diferentes condições climáticas.

A expectativa dos responsáveis é iniciar o voo inaugural do protótipo em escala real em 2026. O objetivo simbólico, informado pelo banco, é concretizar o marco 120 anos após o feito histórico do 14-Bis. Embora a startup não estabeleça data exata, a definição de 2026 permanece como referência para a primeira decolagem pública do modelo final.

Especificações técnicas do carro voador da Eve

O eVTOL desenvolvido pela empresa foi projetado para transportar até quatro passageiros, além do piloto, somando capacidade total para cinco ocupantes. O interior deverá acomodar duas malas ou quatro bagagens de mão, característica pensada para voos urbanos de curta duração. A estrutura inclui:

Oito motores elétricos elevadores instalados nas asas, responsáveis pela decolagem e pouso na vertical;
Alcance máximo de 100 km por carga, parâmetro que cobre distâncias típicas entre centros financeiros, aeroportos e polos industriais de regiões metropolitanas;
Propulsor traseiro dedicado ao voo horizontal, trabalhando em sinergia com os motores elevadores para garantir confiabilidade e controle;
Configuração que promete operar com nível de ruído e emissões inferiores aos de helicópteros convencionais, adequando-se a zonas urbanas sensíveis.

Esses elementos definem a proposta de mobilidade aérea urbana da Eve, que pretende conectar pontos estratégicos de grandes cidades de forma rápida, reduzindo congestionamentos e contribuindo para a descarbonização do transporte.

Histórico de investimentos do banco no projeto

O relacionamento entre BNDES e Eve Air Mobility não começou com o empréstimo atual. Em anos anteriores, a instituição financiou a construção da fábrica de eVTOLs em Taubaté, interior de São Paulo, e aportou diretamente na empresa por meio da BNDESPar, com investimento de R$ 405,3 milhões em agosto último. O valor serviu para reforçar o capital social e sustentar as etapas iniciais de produção.

O primeiro grande desembolso, ainda em 2022, foi direcionado à pesquisa e ao desenvolvimento do conceito da aeronave. Desde então, a soma de R$ 1,2 bilhão em créditos reflete a aposta do banco em soluções pioneiras de transporte. A nova liberação de R$ 200 milhões ratifica essa estratégia, mantendo o cronograma da empresa dentro das metas pactuadas com investidores e reguladores.

Projeções de mercado e encomendas já registradas para o carro voador

Mesmo antes da certificação, a Eve contabiliza 2,8 mil pedidos de encomendas, distribuídos por nove países. Considerando o preço médio estimado pela empresa, essa carteira pode gerar receita potencial de US$ 14 bilhões, valor que corresponde a aproximadamente R$ 76 bilhões na cotação de referência divulgada. O número indica forte demanda por soluções de mobilidade aérea elétrica e aponta um mercado em formação que tende a absorver produção em escala assim que as autorizações regulatórias forem concedidas.

A empresa entende que um fluxo robusto de pedidos antecipa fluxo de caixa e facilita a obtenção de financiamentos, pois reduz incertezas sobre comercialização. Para o BNDES, essa base de contratos reforça a viabilidade econômica do projeto e sustenta a decisão de injetar novos recursos, diminuindo o risco de inadimplência.

A próxima etapa observada por investidores, reguladores e potenciais clientes é o voo inaugural do protótipo, previsto para ocorrer em 2026, marco decisivo para a evolução do programa de certificação do carro voador da Eve Air Mobility.

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