Bisfenol A em notas fiscais: perigo oculto à saúde
Bisfenol A em notas fiscais: perigo oculto à saúde preocupa pesquisadores após estudos indicarem que o composto é rapidamente absorvido pela pele, mesmo em contatos breves.
Bisfenol A em notas fiscais: perigo oculto à saúde
Presentes na maioria dos comprovantes impressos em papel térmico, as moléculas de Bisfenol A (BPA) atuam como desreguladores endócrinos. Ao entrar no organismo, podem alterar a produção hormonal e aumentar o risco de doenças cardíacas, câncer de mama e próstata, diabetes tipo 2 e problemas de fertilidade.
Um estudo conduzido no Hospital Infantil de Cincinnati, nos Estados Unidos, analisou 24 voluntários. Os participantes seguraram recibos por duas horas e, logo após, tiveram um salto nos níveis de BPA detectados na urina. Aqueles que usaram luvas durante o mesmo experimento não apresentaram aumento, confirmando que a substância migra diretamente do papel para a pele.
Além de recibos, o BPA está em embalagens plásticas, brinquedos e utensílios domésticos. No entanto, segundo a endocrinologista Elaine Costa, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), trabalhadores do comércio que manipulam cupons fiscais durante todo o expediente formam o grupo mais vulnerável.
Especialistas da Organização Mundial da Saúde alertam que a exposição cumulativa a desreguladores endócrinos tende a causar efeitos que só se manifestam anos depois, reforçando a necessidade de prevenção.
Como reduzir a exposição ao BPA
• Solicite versões digitais de recibos sempre que possível.
• Evite guardar notas fiscais em carteiras ou bolsos em contato direto com a pele.
• Lave as mãos após manusear papéis térmicos e antes das refeições.
• Use luvas se o contato for frequente, como no caixa de supermercados.
• Mantenha crianças longe desses papéis.
Entidades de saúde defendem a revisão das normas que limitam o uso de BPA, mas enquanto reguladores não avançam, a proteção individual continua sendo a estratégia mais eficaz.
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Crédito da imagem: Shutterstock
