Ataque hacker na Argentina leva órgãos a vender criptos

Ataque hacker na Argentina expôs, no fim de semana, vulnerabilidades em canais oficiais do governo, que passaram a promover criptomoedas de procedência duvidosa antes de retomarem o controle das contas.
O incidente atingiu o site do Ministério da Saúde e o perfil da Polícia Federal (PFA) na rede X, levando ambas as páginas a divulgarem tokens cuja existência não é reconhecida por nenhuma autoridade financeira.
Ataque hacker na Argentina leva órgãos a vender criptos
No site do Ministério da Saúde, os invasores anunciaram o “Sommer Token” como se fosse um projeto estatal capaz de “estabilizar a economia e combater a inflação”. O comunicado falso prometia entregar mil unidades do criptoativo aos primeiros cadastrados, estratégia típica de golpes de airdrop. O texto foi removido logo após a equipe de tecnologia perceber a invasão.
Já o perfil oficial da PFA publicou um vídeo de 30 segundos apresentando o token “MIRA” e oferecendo recompensas a quem comprasse a moeda. A postagem ficou poucos minutos no ar, mas foi suficiente para causar repercussão entre os mais de dois milhões de seguidores da corporação.
Em nota, a Polícia Federal informou que acionou sua divisão de cibersegurança, recuperou o acesso à conta e iniciou procedimentos para identificar os responsáveis. O Ministério da Saúde afirmou que a página comprometida não era atualizada “há anos”, mas também abriu investigação interna.
Os dois ataques ocorreram simultaneamente, levantando a suspeita de autoria única. Fontes próximas à apuração, citadas por veículos de imprensa, indicam que softwares de automação podem ter sido usados para explorar senhas antigas e tokens de acesso.
O episódio reavivou o debate sobre fraudes relacionadas a criptoativos no país. Em fevereiro, uma memecoin chamada $LIBRA — divulgada nas redes pelo presidente Javier Milei — valorizou de US$ 0,01 para US$ 5 e colapsou horas depois, gerando prejuízos a investidores e uma investigação parlamentar que não avançou. Casos semelhantes, segundo relatou a BBC, vêm se multiplicando na América Latina.
Especialistas alertam que páginas governamentais são alvo recorrente de cibercriminosos por transmitirem confiança ao público. Eles recomendam verificação de domínios, checagem de selos oficiais e acompanhamento de comunicados nos perfis secundários dos órgãos.
Até o momento, não há informações sobre prejuízos financeiros decorrentes da divulgação do Sommer Token ou do MIRA. As autoridades argentinas prometem divulgar resultados preliminares das investigações nos próximos dias.
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Crédito da imagem: Divulgação

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