Asteroide Psyche pode ter brilho de vulcanismo metálico

Asteroide Psyche, localizado no cinturão entre Marte e Júpiter, ganhou nova explicação para seu brilho intenso: erupções de ferro líquido na infância do corpo espacial, indicam pesquisadores.
O estudo, publicado no Journal of Geophysical Research: Planets, utilizou modelos de computador para simular diferentes composições químicas e pressões internas, apontando que apenas materiais muito ricos em ferro formariam pressão suficiente para empurrar metal derretido à superfície.
Asteroide Psyche pode ter brilho de vulcanismo metálico
Com reflexividade equivalente a quase 30% da luz solar recebida, o Psyche apresenta densidade entre 3.700 e 4.100 kg/m³, bem inferior à de um corpo totalmente metálico. Segundo os autores, isso indica uma estrutura mista: manto rochoso poroso recoberto por “tapete” rico em ferro e níquel, vestígio de episódios de ferrovulcanismo.
As simulações lideradas por Jaap Jorritsma, da Universidade de Tecnologia de Delft, compararam três tipos de meteoritos: condritos EH (pobres em ferro), condritos H (ferro moderado) e mesosideritos (altamente ferrosos). Apenas cenários análogos às mesosideritas geraram núcleos suficientemente grandes para extravasar metal fundido. “É o vulcanismo normal, mas com lava de ferro”, resume o pesquisador Samuel Courville, da Universidade Estadual do Arizona, citado pelo LiveScience.
A hipótese poderá ser testada em julho de 2029, quando a sonda Psyche da NASA entrar em órbita do asteroide. Durante dois anos, câmeras e espectrômetros mapearão a composição de superfície em busca de vastas planícies metálicas ou fluxos solidificados, evidências diretas do antigo vulcanismo de ferro.
Estimativas apontam que o valor dos metais presentes no Psyche supera US$ 100 quintilhões, o que lhe rende o apelido de “asteroide mais valioso do espaço”. Ainda assim, os cientistas reforçam que o interesse principal é científico: entender como núcleos planetários se formaram nos primórdios do Sistema Solar.
Se confirmada a atividade ferrovulcânica, Psyche se tornará um laboratório natural sobre processos que ocorrem nas profundezas de planetas rochosos — inclusive da Terra —, mas raramente observáveis de modo direto.
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Crédito: Arizona State University
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