Apreensão recorde de bitcoins: chinesa é condenada

Apreensão recorde de bitcoins marca a sentença aplicada pela Justiça britânica à chinesa Zhimin Qian, 47, considerada culpada por operar um esquema de fraude que lesou 128 investidores e resultou na maior captura de criptomoedas já realizada em uma única operação policial.
Em decisão anunciada pela Polícia Metropolitana de Londres, Qian — que também usava o nome Yadi Zhang e era chamada de “deusa da riqueza” pelos clientes — recebeu pena de seis anos e oito meses de prisão. A investigação britânica teve início em 2018 e exigiu cooperação com autoridades da China para rastrear o fluxo dos ativos digitais.
Apreensão recorde de bitcoins: chinesa é condenada
Ao todo, os agentes confiscaram 61 mil bitcoins, montante que, na cotação dos últimos dias, se aproxima dos R$ 40 bilhões. Segundo o Ministério Público, o golpe ocorreu entre 2014 e 2017 e prometia falsos investimentos de alto retorno a vítimas de 50 a 75 anos — entre elas executivos, bancários e até membros do Judiciário chinês.
Documentos do processo revelam que o malaio Seng Hok Ling auxiliava na lavagem do dinheiro por meio de empresas de fachada e comércio internacional, enquanto uma terceira cúmplice, Jian Wen, facilitava a movimentação de parte dos fundos em carteiras digitais. A força-tarefa apreendeu dispositivos criptografados, ouro, dinheiro vivo e propriedades adquiridas com os recursos desviados.
A complexidade do caso ficou evidente pela duração das apurações, que se estenderam por sete anos. De acordo com a Reuters, o governo britânico já iniciou procedimentos para devolver, ainda que parcialmente, os valores às vítimas e buscar indenizações adicionais.
Qian deixou a China com documentos falsos e foi localizada apenas em 2024, quando acabou detida em Londres. O tribunal determinou que ela cumpra a pena no Reino Unido e proibiu qualquer movimentação dos bitcoins apreendidos até a conclusão do processo de restituição.
O caso reforça os riscos associados a promessas de ganhos rápidos em criptomoedas e ressalta a importância de mecanismos internacionais de cooperação contra crimes financeiros.
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Crédito da imagem: Reprodução/Met Police
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