Apple é acusada de abuso infantil por manifestantes

Apple é acusada de abuso infantil por manifestantes durante o lançamento dos iPhones 17, nesta terça-feira (9), em Cupertino, na Califórnia. O grupo Heat Initiative, formado por pais, advogados e especialistas em tecnologia, estendeu uma bandeira gigante associando os serviços da companhia à disseminação de material de abuso sexual infantil.

Segundo a organização, a companhia de Tim Cook possui recursos para identificar e remover esse tipo de conteúdo no iCloud, mas se recusa a adotar práticas já consideradas padrão no setor. A manifestação ocorreu a poucos metros da sede da empresa, no momento em que os novos smartphones eram apresentados ao público.

Apple é acusada de abuso infantil por manifestantes

A CEO da Heat Initiative, Sarah Gardner, afirma que “Cook e os principais executivos sabem que o abuso sexual infantil é hospedado e comercializado na plataforma, mas preferem não agir”. Ela cita a interrupção do projeto NeuralHash, sistema que analisaria imagens para detectar conteúdos ilegais, suspenso em 2024 após críticas de especialistas em privacidade.

Nos últimos dois anos, a entidade intensificou a pressão para que a Apple implemente métodos de detecção similares aos adotados por outras big techs. Em 2024, a companhia chegou a enfrentar um processo bilionário nos Estados Unidos por abandonar a tecnologia. Na época, o porta-voz Fred Sainz declarou que o “material é abominável” e que a corporação está comprometida em proteger crianças, mas, na prática, nenhuma solução foi colocada em funcionamento.

O protesto ganhou visibilidade nas redes sociais, onde a Heat Initiative publicou imagens da faixa com a frase “O novo iPhone ainda espalha abuso sexual infantil”. Veículos internacionais como o Mashable tentaram contato com a Apple, mas a empresa não respondeu até a última atualização desta reportagem.

Especialistas em segurança digital lembram que sistemas de varredura de arquivos podem ser implementados sem comprometer a criptografia ponta a ponta, usando verificações locais e bases de dados de hashes conhecidos. No entanto, organizações de privacidade argumentam que tais tecnologias podem abrir precedente para vigilância em massa, motivo que teria levado a Apple a recuar.

Enquanto o impasse permanece, o Heat Initiative promete intensificar ações de conscientização para que usuários cobrem transparência e atitudes concretas da fabricante. A entidade também planeja dialogar com órgãos reguladores norte-americanos para pressionar mudanças legislativas que obriguem empresas a adotar ferramentas de detecção.

De acordo com Gardner, “a Apple tem capacidade técnica para liderar o setor no combate ao abuso infantil. Falta apenas vontade”. Até o momento, não há indicação de que a companhia retome o desenvolvimento do NeuralHash ou apresente alternativa equivalente.

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Créditos da imagem: Heat Initiative / Divulgação

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