Apogeu lunar: Lua chega a 406.700 km da Terra na véspera do feriado de 20 de novembro

Quem observa o céu na noite desta quarta-feira, 19 de novembro, encontra a Lua na posição mais distante da Terra ao longo de sua órbita. Às 23h48, pelo horário de Brasília, o satélite natural alcança o ponto chamado de apogeu, momento em que a distância entre os dois corpos celestes chega a 406.700 quilômetros. O fenômeno ocorre na véspera do feriado nacional do Dia da Consciência Negra e encerra o trajeto lunar iniciado no perigeu, a etapa de maior proximidade, registrada no ciclo anterior.
- O que é o apogeu e por que ele acontece
- Quando a Lua volta ao mesmo ponto
- Impacto no tamanho aparente e no brilho
- Fase observada na noite do apogeu
- Da Lua nova à Lua cheia: o ciclo completo
- Uso da Lua em calendários ao redor do mundo
- Superlua recente: comparação com a noite atual
- Como acompanhar o fenômeno no céu
- Influência gravitacional do apogeu
- Resumo dos números do fenômeno
- Próximas etapas da jornada lunar
O que é o apogeu e por que ele acontece
A órbita da Lua não é perfeitamente circular; ela descreve uma elipse. Por esse motivo, a separação entre Lua e Terra varia cerca de 14 % ao longo de cada giro completo. Os extremos desse percurso recebem nomes distintos: perigeu, quando a distância cai para valores médios em torno de 356.500 km, e apogeu, quando o afastamento se expande até os 406.700 km verificados hoje. Essa oscilação é resultado direto da forma ovalada da trajetória.
A elipse lunar não permanece rígida. A gravidade do Sol e dos demais planetas do Sistema Solar exerce forças adicionais que alteram levemente a distância mínima e máxima em cada mês. Por esse motivo, 356.500 km e 406.700 km representam médias, e não números fixos imutáveis.
Quando a Lua volta ao mesmo ponto
Para retornar de um perigeu ao apogeu e novamente ao perigeu, a Lua gasta 27,55 dias. Esse intervalo é chamado de mês anomalístico. Ele difere do período orbital tradicional, de 27,322 dias, medido em relação às estrelas fixas, pois considera as variações de distância e não apenas a posição angular.
Impacto no tamanho aparente e no brilho
A mesma diferença de 14 % na separação Terra-Lua reflete-se no diâmetro aparente do disco lunar. No perigeu, o satélite parece maior; no apogeu, menor. Apesar disso, a mudança perceptível a olho nu é sutil. O brilho segue a mesma lógica — torna-se ligeiramente mais intenso quando a Lua está próxima e um pouco mais fraco quando se afasta. Identificar essa alteração na prática, porém, é difícil, porque a fase lunar também muda continuamente e interfere na quantidade de superfície iluminada visível.
Fase observada na noite do apogeu
No momento em que atinge 406.700 km, a Lua está no último dia da fase minguante. Na quinta-feira, 20 de novembro, inicia-se um novo ciclo com a Lua nova. Essa transição marca o reinício de várias contagens utilizadas em calendários que se baseiam nos movimentos lunares.
Da Lua nova à Lua cheia: o ciclo completo
Um ciclo lunar, também conhecido como lunação, dura em média 29,5 dias. Durante esse período, o satélite percorre quatro fases principais:
• Lua nova – o disco voltado à Terra encontra-se praticamente sem iluminação;
• Quarto crescente – metade do disco torna-se visível;
• Lua cheia – a face observável fica totalmente iluminada;
• Quarto minguante – novamente metade do disco recebe luz, mas em declínio.
Entre esses marcos existem estágios intermediários, como a porção crescente gibosa, logo após o quarto crescente, e a minguante gibosa, imediatamente após a Lua cheia. A sequência completa repete-se incessantemente, guiada pela geometria entre Sol, Terra e Lua.
Uso da Lua em calendários ao redor do mundo
Em diversas culturas, o instante da Lua nova define o início do mês. Calendários estritamente lunares, como o muçulmano, e sistemas lunissolares, caso dos calendários judaico, hindu e budista, ajustam festividades e rituais de acordo com esse marco periódico. A contagem de 29 ou 30 dias por mês, ajustada pela observação do primeiro fino arco de luz após a Lua nova, mantém a sincronia cultural com o ciclo celeste.
Superlua recente: comparação com a noite atual
No decorrer deste mês, houve uma ocasião em que o perigeu coincidiu com a fase cheia, formando a chamada Superlua. Na data, o diâmetro aparente alcançou até 8 % a mais que o de uma Lua cheia comum, ao mesmo tempo em que o brilho pôde chegar a 16 % acima do habitual. O espetáculo visual foi reforçado pela proximidade com o aglomerado estelar Plêiades (Messier 45), criando um cenário destacado em registros fotográficos. Hoje, em contraste, o satélite está no ponto oposto de sua órbita e apresenta dimensão levemente reduzida, além de luminosidade menor devido à fase minguante.
Como acompanhar o fenômeno no céu
O apogeu ocorre às 23h48, mas a observação da Lua exige apenas um horizonte desobstruído. Como o satélite apresenta claridade mesmo na fase minguante, a simples vista desarmada permite a identificação do disco. Instrumentos ópticos, como binóculos, podem destacar crateras e mares lunares, embora não alterem a percepção de distância.
Influência gravitacional do apogeu
Além do efeito visual, a variação na separação Terra-Lua modifica sutilmente a intensidade das marés. No apogeu, a força gravitacional exercida sobre os oceanos é ligeiramente menor, levando a amplitudes de maré reduzidas em comparação aos dias próximos do perigeu. Essa diferença, porém, costuma ser pequena quando observada no cotidiano e varia conforme a configuração costeira de cada região.
Resumo dos números do fenômeno
• Distância média no apogeu atual: 406.700 km
• Distância média no perigeu: 356.500 km
• Variação no ciclo: cerca de 14 %
• Duração do mês anomalístico: 27,55 dias
• Duração do ciclo lunar (lunação): 29,5 dias
• Instante exato do apogeu: 23h48 (horário de Brasília)
Próximas etapas da jornada lunar
Com a chegada ao apogeu, a Lua prossegue em direção ao próximo perigeu, que ocorrerá dentro de aproximadamente 13 a 14 dias. Nesse percurso, o satélite atravessará a fase nova, avançará pelo quarto crescente e atingirá novamente a Lua cheia antes de retornar ao quarto minguante. Esse vai-e-vem, repetido por bilhões de anos, continua a influenciar calendários, as marés e a curiosidade de quem se volta ao céu noturno.

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