Atividade extrema do Sol: erupção X5.2 gera blecaute de rádio e ejeção de plasma pode alcançar a Terra em tempestade canibal

Atividade extrema do Sol: erupção X5.2 gera blecaute de rádio e ejeção de plasma pode alcançar a Terra em tempestade canibal

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Um conjunto de manchas solares altamente ativo, identificado como AR4274, liberou às 7h04 de terça-feira (11) uma erupção de classe X5.2 apontada diretamente para a Terra. O clarão ocasionou, quase de imediato, um blecaute de rádio classificado como R3 sobre o sul da África e projetou para o espaço uma ejeção de massa coronal (CME). Modelagens indicam que este material deve se combinar a outras expulsões recentes num fenômeno conhecido como “jato canibal”, elevando a probabilidade de uma tempestade geomagnética intensa nas próximas horas.

Índice

Quem está envolvido

O protagonista do episódio é o grupo de manchas AR4274, atualmente voltado para o hemisfério terrestre do Sol. A região concentra forte instabilidade magnética e, desde domingo (9), já gerou três erupções de classe X, a categoria mais energética do sistema utilizado pelos observatórios solares. Outra área, rotulada AR4276, permanece em evolução e pode contribuir com clarões menores.

O que aconteceu

A emissão de raios X catalogada como X5.2 não foi um evento isolado. Nas 24 horas anteriores, o disco solar registrou 28 explosões de diferentes intensidades: duas de classe M e 25 de classe C, além do clarão X. Somente duas dessas ocorrências não partiram do AR4274, sublinhando o papel deste grupo como foco dominante de atividade no momento. A erupção disparou fluxos de partículas carregadas e provocou interferência significativa na faixa de comunicação de alta frequência (HF) sobre parte do continente africano.

Quando os efeitos devem chegar

O material expelido na manhã de terça-feira viaja em direção ao planeta e, segundo cálculos de centros de previsão de clima espacial, deve atingir a magnetosfera entre quarta-feira (12) e o início de quinta-feira (13). Outros dois jatos relacionados a erupções X ocorridas no fim de semana devem se fundir ao plasma recém-ejetado. Caso a fusão se concretize, formará um jato canibal – expressão empregada quando uma CME mais veloz alcança outra mais lenta, integrando-se a ela e aumentando a quantidade total de partículas e energia. Projeções indicam ainda a chegada de CMEs menores no sábado (15).

Onde os impactos já foram sentidos

O blecaute R3 atingiu principalmente o sul da África, onde a comunicação em HF sofreu degradação temporária. Esse nível de apagão corresponde a uma interrupção forte, mas localizada. Se a tempestade geomagnética prevista ocorrer, efeitos adicionais poderão manifestar-se em regiões de média latitude no hemisfério norte, inclusive com auroras observáveis em pontos que normalmente não presenciam o fenômeno.

Como o processo se desenvolve

Manchas solares são áreas onde linhas de campo magnético emergem e se entrelaçam. Quando a tensão magnética excede um limite, ocorre o que as agências espaciais denominam reconexão, liberando energia repentinamente. A radiação é medida em raios X e classificada nas categorias A, B, C, M e X; cada letra representa um aumento de dez vezes na intensidade. Dentro da classe, um número acrescenta gradações: um evento X5.2 libera energia aproximadamente cinco vezes maior que um X1.0.

As CMEs correspondem a nuvens de plasma empurradas para fora da coroa solar. Se direcionadas à Terra, podem comprimir o campo magnético do planeta. A fusão de múltiplas CMEs, caso verificada, intensifica a densidade e a velocidade do plasma, resultando em perturbações mais severas do que aquelas associadas a uma ejeção isolada.

Por que a atividade está elevada

O Sol encontra-se no Ciclo Solar 25, fase que sucede o ciclo anterior monitorado pelos astrônomos. Cada ciclo dura cerca de 11 anos, alternando períodos de atividade baixa e alta. No pico, o número de manchas cresce, sinalizando maior complexidade magnética. A rotação da estrela, completada aproximadamente a cada 27 dias, faz com que as regiões ativas desapareçam temporariamente da vista terrestre e reapareçam depois.

Efeitos possíveis de uma tempestade geomagnética G3

Centros de monitoramento classificam tempestades magnéticas de G1 (menor) a G5 (extrema). A projeção atual aponta para nível G3, considerado forte. Entre as consequências previstas estão:

Sistemas elétricos: variações de tensão que exigem correções automáticas e podem acionar alarmes de proteção em redes de transmissão.

Satélites em órbita baixa: acúmulo de carga em componentes eletrônicos, aumento de arrasto atmosférico e necessidade de ajustes de orientação para preservar a estabilidade.

Navegação: falhas intermitentes em sinais de satélite e na radionavegação de baixa frequência.

Comunicações por rádio HF: interrupções temporárias semelhantes às já observadas no sul da África.

Probabilidade de novos eventos

Modelos estatísticos aplicados ao AR4274 indicam 75% de chance de novas erupções de classe M nas próximas 48 horas e 40% de probabilidade de outra explosão de classe X. Enquanto a instabilidade persistir e a região permanecer voltada para a Terra, o risco de clarões significativos permanece elevado. A área AR4276, embora menor, pode originar explosões de menor magnitude à medida que evolui.

Monitoramento em tempo real

Observatórios terrestres e satélites, entre eles a constelação GOES da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, acompanham em tempo real a emissão de raios X e a propagação de CMEs. Simulações executadas pelo Centro de Previsão de Clima Espacial (SWPC) apontam caminhos prováveis do plasma, incluindo a possibilidade de sobreposição das diferentes ejeções.

Além dos satélites dedicados ao clima espacial, a sonda Solar Orbiter, da Agência Espacial Europeia, vem orbitando o Sol em trajetória inclinada que atingiu 17 graus em relação ao plano das demais sondas. O posicionamento fornece um campo de visão privilegiado dos polos solares, permitindo analisar fluxos de plasma e linhas de campo magnético antes que essas estruturas girem em direção à Terra.

Cenário nas próximas horas

Se o material ejetado pelo evento X5.2 chegar como previsto e combinar-se aos fluxos lançados no fim de semana, uma compressão da magnetosfera deve ser registrada. Redes de energia, operadores de satélites e sistemas de comunicação mantêm protocolos de prontidão para mitigar impactos. Enquanto isso, observadores do céu em latitudes médias do hemisfério norte monitoram a chance de auroras fora das zonas polares habituais.

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