Furacão Melissa atinge categoria 5 com ventos de 260 km/h e provoca evacuações em massa no Caribe

O furacão Melissa ganhou força no mar do Caribe, alcançou a categoria 5 e passou a registrar ventos sustentados de 260 km/h, segundo boletim do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). A tempestade avança lentamente em direção ao arco de ilhas que inclui Jamaica, Cuba e Bahamas, ampliando o nível de alerta para inundações, deslizamentos de terra e marés de tempestade. Governos locais decretaram medidas emergenciais de abrangência nacional e aconselham a população a deixar áreas costeiras e regiões propensas a alagamentos.
- Intensificação rápida e trajetória prevista
- Preparo e evacuações na Jamaica
- Alertas de furacão para províncias orientais de Cuba
- Condições de risco nas Bahamas
- Danos confirmados em Haiti e República Dominicana
- Chuvas extremas e marés de tempestade
- Impactos na infraestrutura e na logística regional
- Presença militar dos Estados Unidos no Caribe
- Sismo registrado ao leste de Curaçao
- Perspectivas para as próximas 48 horas
Intensificação rápida e trajetória prevista
Na manhã de segunda-feira, 27, Melissa foi oficialmente classificada como um ciclone de categoria 5, o patamar máximo na escala Saffir-Simpson. A transformação ocorreu em mar aberto, quando a tempestade encontrava-se cerca de 205 quilômetros ao sul-sudoeste de Kingston, capital jamaicana. O sistema avança para oeste a meros 6 km/h, velocidade considerada baixa para furacões desse porte, o que potencializa o acúmulo de chuva e os efeitos prolongados do vento em áreas que permanecem sob o seu raio de influência.
De acordo com o NHC, o olho do furacão deve tocar o solo jamaicano na madrugada de terça-feira. A projeção aponta, na sequência, deslocamento rumo ao leste de Cuba e, posteriormente, às Bahamas até a quarta-feira. A rota mantém em vigília permanente comunidades costeiras e autoridades de defesa civil nesses três países.
Preparo e evacuações na Jamaica
A gravidade da ameaça levou o governo da Jamaica a determinar evacuações obrigatórias em Kingston, em Port Royal e em outros centros urbanos situados no sul e no leste da ilha. Foram disponibilizados 900 abrigos públicos, distribuídos para acomodar moradores que deixam residências vulneráveis a enchentes e ventos extremos. A medida busca reduzir o risco de perdas humanas, considerado elevado diante de previsão de chuvas que podem alcançar até 1 metro em alguns pontos do território jamaicano.
Além das evacuações, os dois aeroportos internacionais do país interromperam operações desde domingo. O cancelamento de pousos e decolagens evita a exposição de aeronaves a rajadas intensas e mantém pistas livres para eventual uso de voos de ajuda humanitária. O Serviço Meteorológico local adverte que Melissa pode ser o furacão mais forte a atingir a Jamaica em várias décadas, com possibilidade de marés de tempestade elevando o nível da água até 4 metros acima do solo em áreas costeiras.
Alertas de furacão para províncias orientais de Cuba
Em Cuba, os impactos diretos são esperados a partir de terça-feira à noite nas províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo e Holguín, todas sob alerta de furacão emitido pelas autoridades. Las Tunas permanece em alerta de tempestade tropical, estado que precede a condição de furacão pleno, mas já demanda procedimentos de preparação. A previsão para o território cubano inclui acumulados de chuva de até 51 centímetros em determinadas regiões, valor suficiente para desencadear enchentes súbitas e deslizamentos em encostas.
As defesas civis cubanas reforçam canais de comunicação comunitária, indicam rotas de fuga e organizam centros de abrigo temporário. Especialistas locais monitoram com atenção a combinação entre a topografia montanhosa do leste cubano e a intensidade prevista da precipitação, um cenário propício a correntes de lama e queda de barreiras.
Condições de risco nas Bahamas
Embora o epicentro da tempestade chegue às Bahamas somente depois de atravessar leste de Cuba, as ilhas já se mobilizam para enfrentar ondas elevadas, ventos destrutivos e fortes chuvas. O histórico do arquipélago com fenômenos tropicais graves motiva a antecipação de estoques de suprimento, fechamento de portos e ativação de equipes médicas de prontidão.
Danos confirmados em Haiti e República Dominicana
A passagem de bandas externas do sistema resultou em danos significativos antes mesmo de a tempestade atingir força plena. No Haiti, três pessoas morreram e plantações de milho foram destruídas em três regiões, comprometendo parte da temporada agrícola de inverno. Autoridades haitianas alertam para o risco de insegurança alimentar caso as perdas se ampliem com as chuvas adicionais previstas, que podem chegar a 40 centímetros no oeste do país.
Na República Dominicana, as consequências incluem a morte de um morador, destruição de mais de 750 casas e deslocamento de 3.760 pessoas. A infraestrutura viária foi severamente afetada, com o acesso a pelo menos 48 comunidades temporariamente interrompido. Equipes de emergência se concentram na desobstrução de estradas e na restauração de linhas de transmissão elétrica danificadas pelos ventos.
Chuvas extremas e marés de tempestade
Os maiores índices pluviométricos associados a Melissa estão previstos para o leste da Jamaica, onde o NHC estima até 1 metro de precipitação. Volumes dessa magnitude em curto intervalo de tempo aumentam o potencial de inundações urbanas catastróficas, especialmente em bairros localizados próximos a rios canalizados. Já no Haiti e no leste cubano, os acumulados variam entre 40 e 51 centímetros, igualmente capazes de provocar enxurradas e erosão de encostas.
Outro fator de risco é a maré de tempestade, elevação brusca do nível do mar impulsionada pela circulação do furacão e pela pressão atmosférica reduzida no seu centro. Na Jamaica, a expectativa de elevação de até 4 metros acima do nível do solo coloca zonas portuárias, vilas pesqueiras e áreas turísticas sob ameaça direta de alagamento salino.
Impactos na infraestrutura e na logística regional
A interrupção de fluxos aéreos, marítimos e rodoviários representa um dos maiores desafios logísticos para as ilhas caribenhas durante eventos meteorológicos extremos. Com aeroportos jamaicanos fechados, companhias de transporte redirecionam operações para países vizinhos menos afetados no momento. Portos suspendem atracagens, deixando embarcações comerciais ancoradas em locais seguros até a melhora das condições. Nas estradas, bloqueios preventivos buscam impedir acidentes provocados por queda de árvores e postes.
Para redes de energia, a combinação de ventos de 260 km/h e saturação do solo eleva o risco de colapso de torres e cabos. Empresas de distribuição elétrica montam equipes extras de manutenção, posicionadas estrategicamente para retomar serviços assim que o núcleo da tempestade se afastar. Hospitais, centros de comunicação e instalações de emergência recorrem a geradores próprios como precaução contra apagões prolongados.
Presença militar dos Estados Unidos no Caribe
O avanço de Melissa também repercute na logística de defesa norte-americana. Dezenas de navios e aeronaves posicionadas na região podem necessitar de realocação temporária para evitar danos e garantir continuidade de operações. A movimentação de meios militares é coordenada para não conflitar com rotas de evacuação civil nem sobrecarregar portos que já se encontram em estado de alerta.
Sismo registrado ao leste de Curaçao
No mesmo dia em que o furacão alcançou a categoria 5, um terremoto de magnitude 6,5 foi detectado a leste de Curaçao, a 10 quilômetros de profundidade. O Centro de Estudos Geológicos dos Estados Unidos informou que não houve alerta de tsunami associado ao evento. Ainda assim, o episódio reforça a vulnerabilidade do Caribe a múltiplos riscos naturais simultâneos, o que complica a mobilização de recursos de socorro.
Perspectivas para as próximas 48 horas
As autoridades jamaicanas classificam os próximos dias como críticos para a segurança pública. Ventos extremos, chuvas torrenciais e marés elevadas convergem para criar condições de perigo iminente à vida. A população foi orientada a obedecer ordens de evacuação, evitar deslocamentos não essenciais e manter estoques de água potável e alimentos de emergência. Equipes de resgate, defesa civil e serviços de saúde permanecem em estado de prontidão para atender ocorrências assim que as condições climáticas permitirem deslocamentos seguros.
Nos demais países ao longo da rota prevista, protocolos semelhantes de preparação estão em execução. O monitoramento contínuo do NHC e dos serviços meteorológicos locais fornece dados atualizados sobre a trajetória e a intensidade da tempestade, permitindo ajustes em planos de contingência de acordo com a evolução do fenômeno.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.

Conteúdo Relacionado