Supertempestade solar: simulação da ESA revela riscos

Supertempestade solar: simulação da ESA revela riscos

Supertempestade solar foi o cenário extremo escolhido pela Agência Espacial Europeia (ESA) para testar a resistência de seus satélites e a rapidez de reação das equipes de solo. Inspirada no evento de Carrington, de 1859, a simulação foi realizada no Centro Europeu de Operações Espaciais, em Darmstadt, Alemanha, antes do lançamento do Sentinel-1D, marcado para 4 de novembro.

O exercício considerou erupções solares de classe X45, as mais poderosas na escala de medição, atingindo a Terra em três ondas: radiação de raios-x em oito minutos, partículas de alta energia em até 20 minutos e, 15 horas depois, uma ejeção de massa coronal a 2 000 km/s.

Supertempestade solar: simulação da ESA revela riscos

Na primeira fase, sinais de telemetria chegaram repletos de ruídos, indicando falhas imediatas em sistemas de radar e comunicação. Minutos depois, outros satélites também ficaram inativos, afetando rastreamento de objetos em órbita e serviços baseados em GPS.

Quando a ejeção de massa coronal alcançou o planeta, o arrasto nos satélites aumentou até 400%, segundo Jorge Amaya, coordenador de Modelagem do Clima Espacial da ESA. O efeito empurra as naves para fora de rota, exige mais combustível para correções e eleva o risco de colisões com detritos. Jan Siminski, do Escritório de Detritos Espaciais, alertou que a qualidade das previsões de impacto “se degradaria severamente”.

Em solo, a ESA projetou surtos de corrente capazes de destruir redes elétricas e causar apagões prolongados. Auroras seriam vistas em latitudes incomuns, como Itália ou Cuba, repetindo — em escala ampliada — o espetáculo registrado no século XIX.

Gustavo Baldo Carvalho, diretor da campanha do Sentinel-1D, frisou que a equipe teria de agir em menos de 18 horas entre a erupção e a chegada da nuvem de plasma. “Não é questão de se, mas de quando”, afirmou, em referência à maior frequência de tempestades durante o atual ciclo solar de 11 anos observado pela NASA.

O treinamento reforçou a necessidade de alerta precoce. Para isso, o programa de Segurança Espacial da ESA desenvolve o sistema D3S, uma constelação de sensores voltada ao clima espacial. Já a missão Vigil, prevista para 2031, observará a lateral do Sol, fornecendo dados inéditos sobre ejeções de massa coronal potencialmente perigosas.

Simulações como a de Darmstadt, comparadas por Amaya à modelagem de pandemias, produzem insumos para protocolos de emergência e para o desenho de satélites mais resilientes. Embora ainda não exista tecnologia capaz de impedir uma supertempestade solar, aprimorar previsões e respostas pode mitigar perdas econômicas e proteger infraestrutura crítica.

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Crédito da imagem: Agência Espacial Europeia/Reprodução

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