ONU aprova maior força de supressão de gangues no Haiti

ONU aprova maior força de supressão de gangues no Haiti. Em votação realizada nesta terça-feira (02), o Conselho de Segurança autorizou o envio de 5.550 integrantes uniformizados e 50 civis para conter a violência armada que domina o país caribenho desde 2021.
A resolução, copatrocinada por Estados Unidos e Panamá, eleva o contingente da atual missão multinacional liderada pelo Quênia, que conta hoje com menos de 1.000 militares, a um efetivo robusto batizado de “Força de Supressão de Gangues”. O texto concede poder de deter suspeitos, atribuição ausente no mandato anterior.
ONU aprova maior força de supressão de gangues no Haiti
O placar final foi de 12 votos a favor e três abstenções — Rússia, China e Paquistão. O novo mandato terá vigência inicial de 12 meses, podendo ser prorrogado. Segundo a resolução, as operações serão conduzidas de forma independente ou em conjunto com a Polícia Nacional do Haiti, empregando inteligência para neutralizar, isolar e dissuadir grupos criminosos.
Desde o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em 2021, facções armadas controlam cerca de 90% de Porto Príncipe e expandem sequestros, saques e violência sexual para áreas rurais. O secretário-geral António Guterres já havia alertado, em fevereiro, que a força original não acompanhava a escalada do crime.
O líder do Conselho Presidencial de Transição do Haiti, Laurent Saint-Cyr, celebrou a decisão: “Este voto é um ponto de virada na luta contra grupos armados que paralisam nossa economia e ameaçam o futuro da nação”. O primeiro-ministro interino, Alix Didier Fils-Aimé, acrescentou que a medida “envia o sinal de que o Haiti não está sozinho”.
O documento também prevê proteção a aeroportos, portos, escolas e hospitais, além de apoio ao combate ao tráfico de armas. O Canadá anunciou contribuição de US$ 60 milhões, condicionada à aprovação da nova força, mas ainda avalia eventual participação de tropas.
Para mais detalhes sobre a deliberação, consulte a página oficial da Organização das Nações Unidas, que apresenta o texto integral da resolução.
O mandato da missão atual expira em 2 de outubro. Até lá, os países participantes deverão concluir a transição logística e financeira, realizada exclusivamente por meio de contribuições voluntárias.
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Imagem: Global News / Reprodução
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