Apneia do sono: poluição do ar eleva gravidade, diz estudo

Apneia do sono: poluição do ar eleva gravidade, diz estudo. Pesquisa que avaliou quase 20 mil europeus indica que o aumento de partículas finas PM10 no ambiente está relacionado a mais interrupções respiratórias durante a noite.
A apneia do sono, distúrbio caracterizado por repetidas paradas na respiração, já era associada a fatores como obesidade, idade e uso de sedativos. Agora, cientistas acrescentam a poluição do ar à lista de riscos depois de cruzarem dados clínicos com medições atmosféricas em 25 cidades de 14 países.
Apneia do sono: poluição do ar eleva gravidade, diz estudo
O trabalho considerou 19.325 pacientes com apneia obstrutiva do sono (AOS). Informações sobre idade, sexo, índice de massa corporal e hábitos de vida foram comparadas a séries históricas de qualidade do ar fornecidas pelo Serviço de Monitoramento da Atmosfera Copernicus. O resultado mostrou que, para cada aumento de uma unidade nos níveis de PM10, houve acréscimo médio de 0,41 eventos respiratórios por hora de sono.
De acordo com Martino Pengo, professor da Universidade de Milano-Bicocca, esse valor pode parecer mínimo para um indivíduo, mas torna-se relevante em escala populacional, pois desloca milhares de pessoas para categorias de maior gravidade clínica. As conclusões reforçam a importância de políticas públicas voltadas à redução de poluentes e ao monitoramento da saúde respiratória.
Consequências cardíacas preocupam
Quando a apneia do sono se intensifica, a queda de oxigênio no sangue acelera o ritmo cardíaco e fragmenta o sono profundo. O ciclo de estresse noturno favorece arritmias, hipertensão e insuficiência cardíaca. Estima-se que um bilhão de pessoas sofram de apneia no mundo, metade delas também portadora de doenças cardiovasculares.
Próximos passos da pesquisa
Os autores recomendam estudos de longo prazo que avaliem também partículas ainda menores, como PM2,5, e gases poluentes específicos. Enquanto isso, medidas simples, como uso de filtros HEPA em ambientes internos e monitoramento da qualidade do ar em aplicativos oficiais, podem auxiliar quem já convive com o distúrbio.
Em síntese, quanto mais limpa for a atmosfera, menores tendem a ser os episódios de apneia do sono — dado que reforça a interdependência entre saúde pública e sustentabilidade ambiental.
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Crédito da imagem: nEwyyy/Shutterstock
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