Zuckerberg traça plano para levar superinteligência artificial a cada utilizador

O presidente executivo da Meta delineou a sua estratégia para a próxima fase da inteligência artificial, defendendo a criação de um assistente superinteligente e personalizado disponível para todas as pessoas. A posição foi partilhada numa publicação divulgada na quarta-feira, 30 de agosto.

Visão de uma IA individual e omnipresente

Mark Zuckerberg descreve a superinteligência como um sistema capaz de igualar ou superar a capacidade humana em múltiplas tarefas, também designado por AGI (Artificial General Intelligence). Segundo o executivo, este tipo de IA deverá ajudar os utilizadores a atingir metas pessoais, criar novos conteúdos, viver experiências imersivas e reforçar relações interpessoais.

Apesar de reconhecer que o desenvolvimento da AGI avança “de forma lenta, mas inegável”, Zuckerberg acredita que a tecnologia já se encontra no horizonte. A Meta pretende, por isso, concentrar recursos para disponibilizar essa capacidade a grande escala, mantendo o foco no empoderamento individual.

Distância em relação às apostas dos concorrentes

O responsável da Meta distinguiu a sua abordagem da estratégia seguida por outras empresas do sector. Na sua perspetiva, alguns concorrentes procuram uma superinteligência centralizada que automatize o trabalho valioso, com a expectativa de sustentar a população através de rendimentos decorrentes dessa automação. A referência alinha-se com declarações anteriores de Sam Altman, líder da OpenAI, que antevê a substituição de muitos empregos e a eventual adoção de um modelo de rendimento básico universal.

Zuckerberg sustenta, em contrapartida, que a AGI deve funcionar como ferramenta de capacitação pessoal, e não como solução macroeconómica que possa substituir “grandes partes da sociedade”.

Óculos inteligentes como próximo dispositivo dominante

O executivo reiterou a convicção de que o principal dispositivo de computação do futuro será pessoal e vestível, apontando os óculos inteligentes como sucessores naturais do smartphone. Para a Meta, integrar capacidades de IA avançada nesses aparelhos é crucial para tornar a tecnologia verdadeiramente ubíqua.

Cautela com a abertura de código

Zuckerberg alertou para os riscos associados à disponibilização pública de modelos de IA sem salvaguardas robustas. Segundo o responsável, algoritmos abertos facilitam a remoção de proteções embutidas, podendo originar utilizações perigosas em larga escala. A posição sugere uma revisão da política que levou a empresa a lançar versões abertas do modelo Llama, numa altura em que a Meta investe para competir com soluções como o GPT-4.

Recrutamento de programadores com apoio de IA

Documentação interna, citada pela imprensa norte-americana, indica que a Meta já permite a candidatos a vagas de programação recorrer ao assistente de IA da empresa durante as entrevistas. O objetivo é avaliar a capacidade de utilizar estas ferramentas no trabalho diário, alinhando o processo de contratação com a estratégia de adoção generalizada de inteligência artificial dentro da companhia.

Para Zuckerberg, os próximos anos serão decisivos na definição do papel da superinteligência: uma plataforma de empowerment pessoal ou um mecanismo orientado para substituir funções humanas. A Meta posiciona-se na primeira via, reforçando o investimento em investigação, produto e talento especializado.

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Imagem: miss.cabul via olhardigital.com.br

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