Wonsan Kalma: resort norte-coreano recebe turistas escoltados
Wonsan Kalma: resort norte-coreano recebe turistas escoltados
Wonsan Kalma: resort norte-coreano recebe turistas escoltados é a nova vitrine turística da Coreia do Norte, aberta em 1º de julho e já cercada por rígido controle militar.
Wonsan Kalma: resort norte-coreano recebe turistas escoltados
Localizado na costa leste, onde Kim Jong-un passou parte da infância, o complexo turístico Wonsan Kalma reúne hotéis, restaurantes, shoppings e um parque aquático erguidos próximos a um campo de testes de mísseis. Apesar da promessa de receber estrangeiros, até agora apenas grupos de russos, organizados por agências credenciadas, conseguiram acesso.
A russa Anastasia Samsonova, de 33 anos, integrou uma das primeiras excursões. Ela contou que os 15 visitantes foram acompanhados o tempo todo por guias e guardas, sem liberdade para alterar o roteiro. Segundo os agentes, a escolta serviria para “evitar sustos” nos moradores após anos de fronteiras fechadas.
O cronograma incluía praias quase desertas, mantidas impecáveis. “Era um férias sem pessoas”, relatou Anastasia, descrevendo areia branca limpa diariamente, espreguiçadeiras novas e um mar de entrada suave.
As restrições também abrangiam vestimenta e fotografias: obras em andamento e roupas consideradas reveladoras estavam vetadas. Mesmo assim, o grupo aproveitou refeições com carnes ao molho agridoce, acompanhadas de cerveja de 500 ml vendida a US$ 0,60. Entre os souvenirs preferidos, roupas olímpicas norte-coreanas e miniaturas de foguetes vendidos a US$ 40.
O pacote de uma semana, com três dias em Wonsan Kalma, custa cerca de US$ 1.800 — valor 60% superior ao salário médio russo. Viagens previstas para setembro aguardam sinal verde de Pyongyang, que limita o fluxo de visitantes para evitar comparações econômicas entre locais e estrangeiros, explica o pesquisador Andrei Lankov, da Kookmin University.
Organizações de direitos humanos apontam o uso de “brigadas de choque” na construção acelerada do resort desde 2018, com jornadas de até 24 horas e pouca compensação. O BBC News e a ONU destacam denúncias de trabalho forçado em grandes obras norte-coreanas.
Em 2024, cerca de 1.500 russos visitaram a Coreia do Norte, número modesto frente aos 6,7 milhões que escolheram a Turquia. Ainda assim, turistas como Anastasia planejam retornar e conhecer a estação de esqui próxima ao litoral.
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Crédito da imagem: BBC News Russian

Imagem: Internet