WhatsApp: ex-chefe de segurança diz ter sido demitido por ter revelado falhas críticas no aplicativo, segundo ação judicial aberta na Califórnia. O paquistanês Attaullah Baig, contratado em janeiro de 2021, afirma que alertou repetidamente a Meta sobre vulnerabilidades que permitiriam o acesso indevido a dados de usuários.
O processo sustenta que Baig recebeu avaliações de desempenho negativas logo após relatar os riscos, culminando em sua dispensa em fevereiro de 2023. Ele alega retaliação por parte da controladora do WhatsApp e violação de acordos firmados pela companhia com órgãos reguladores dos Estados Unidos.
WhatsApp: ex-chefe de segurança diz ter sido demitido
De acordo com a denúncia, testes internos conduzidos pelo especialista mostraram que “centenas” de funcionários conseguiram visualizar informações sensíveis, como fotos de perfil, localização, listas de contatos e participação em grupos. As descobertas indicariam também a invasão diária de mais de 100 mil contas, falha que contrariaria exigências da Federal Trade Commission (FTC) de reforçar a privacidade dos usuários.
Baig diz ter comunicado os achados em reuniões, relatórios técnicos e em duas cartas enviadas diretamente a Mark Zuckerberg. Entre as soluções propostas estavam uma camada extra de aprovação de login na recuperação de contas e bloqueios ao download de fotos de perfil, mas a Meta teria “bloqueado vários esforços” da equipe.
Sem resposta interna, o executivo apresentou em dezembro de 2022 denúncias formais à FTC e à Securities and Exchange Commission (SEC). Pouco depois, passou a receber ameaças de demissão e avaliações consideradas “propositalmente ruins”.
Em nota enviada à CNBC, a Meta classificou as acusações como “distorcidas” e afirmou que o ex-funcionário foi desligado apenas por baixo desempenho. “Segurança é uma área controversa, e nos orgulhamos do nosso histórico em proteger a privacidade das pessoas”, declarou a companhia, que promete se defender nos tribunais ou buscar acordo.
O embate deve avançar na Justiça norte-americana, reacendendo o debate sobre transparência em grandes plataformas e expondo o desafio de conciliar inovação, privacidade e governança corporativa.
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