WhatsApp exibe alerta detalhado antes de entrar em grupos desconhecidos
O WhatsApp iniciou a disponibilização de um novo ecrã de segurança que surge sempre que um utilizador é adicionado a um grupo por alguém que não faz parte da sua lista de contactos. A funcionalidade, designada “resumo de segurança”, insere-se numa estratégia mais ampla da plataforma para reduzir fraudes e aumentar a transparência nas interações.
Como funciona o novo resumo de segurança
Ao receber o convite de um número desconhecido, o utilizador vê primeiro uma janela intermédia com várias informações antes de aceder ao conteúdo do grupo. Este painel indica:
- Nome do criador do grupo;
- Total de participantes;
- Data de criação;
- Dicas de proteção contra eventuais golpes.
O alerta esclarece que o convite foi feito por alguém fora da agenda de contactos e oferece duas opções imediatas: sair sem abrir o chat ou entrar no grupo. Se optar por permanecer, as notificações ficam silenciadas por predefinição até que o utilizador confirme que pretende continuar.
Complemento ao cartão de contexto
A novidade expande o cartão de contexto, recurso apresentado em 2024 que já exibia dados básicos sobre grupos. A evolução agora concentra-se em prevenir armadilhas antes do primeiro contacto, possibilitando uma decisão informada mesmo antes de qualquer mensagem ser lida.
Além dos grupos, o WhatsApp está a testar avisos semelhantes em conversas individuais iniciadas por números desconhecidos. A Meta adianta que esses testes procuram incentivar os utilizadores a fazerem uma pausa e confirmarem a identidade do remetente antes de responder.
Resultados da ofensiva contra contas maliciosas
Nos primeiros seis meses de 2025, mais de 6,8 milhões de contas ligadas a práticas fraudulentas foram removidas. De acordo com a empresa, grande parte dos perfis operava a partir do Sudeste Asiático, recorrendo a esquemas que combinam falsas ofertas de emprego, pirâmides financeiras e promessas de lucro rápido em criptomoedas.
Os atacantes distribuem mensagens por várias plataformas de forma simultânea, dificultando a deteção e a interrupção das campanhas. Num caso recente, desmantelado no Camboja, golpistas utilizaram ferramentas de inteligência artificial para gerar convites automáticos no WhatsApp, encaminhando depois as vítimas para tarefas em redes sociais como o TikTok e, por fim, para transferências em carteiras de criptomoedas.
Recomendações de segurança para utilizadores
A plataforma recorda alguns cuidados básicos para reduzir o risco de fraude:
- Configurar quem pode adicionar o utilizador a grupos, restringindo a opção a contactos ou a números previamente autorizados.
- Desconfiar de ofertas demasiado vantajosas e verificar propostas de trabalho suspeitas por outros meios.
- Confirmar a identidade de remetentes que se apresentam como familiares ou amigos através de uma chamada ou encontro presencial.
- Reportar imediatamente qualquer mensagem que pareça fraudulenta, usando as ferramentas internas de denúncia.
Próximos passos da Meta
O lançamento gradual do “resumo de segurança” faz parte de um conjunto de medidas que a Meta planeia ampliar nos próximos meses. O objetivo declarado é aumentar a visibilidade de sinais de perigo antes de o utilizador ter contacto com possíveis esquemas, reduzindo a probabilidade de perda financeira ou exposição de dados.
Embora não tenha sido divulgada uma data concreta para a chegada da funcionalidade a todos os mercados, a empresa confirma que o teste inicial já está ativo em várias regiões. A expansão ocorrerá de forma faseada para monitorizar o impacto e introduzir ajustes conforme necessário.
Com a introdução do alerta detalhado, o WhatsApp reforça a postura preventiva contra fraudes, oferecendo informação clara no momento crítico em que o utilizador decide se entra ou não num novo grupo.

Imagem: Ahyan Stock Studios via olhardigital.com.br