Volta ao mundo a pedal: ciclista britânico planeja travessia global em barco trimarã para bater recorde

No início de 2027, o ciclista britânico Paul Spencer dará a largada para uma ambiciosa volta ao mundo a pedal, saindo do Colorado, Estados Unidos, com a meta de completar cerca de 80 467 quilômetros em aproximadamente três anos. O plano combina pedaladas em estradas convencionais e navegação oceânica a bordo do Pedal Beast, um trimarã movido exclusivamente por força humana, projetado para enfrentar os principais mares do planeta e permitir a Spencer quebrar o recorde de circunavegação mais rápida sem qualquer propulsão motorizada.
- Volta ao mundo a pedal: objetivo de superar o recorde humano
- Volta ao mundo a pedal: rota dividida entre estradas e oceanos
- Volta ao mundo a pedal: tecnologia e design do Pedal Beast
- Volta ao mundo a pedal: logística, ritmo e segurança
- A trajetória esportiva de Paul Spencer até a volta ao mundo a pedal
- Motivação filantrópica: apoio à Lupus Foundation
- Preparativos finais e próximos marcos do cronograma
Volta ao mundo a pedal: objetivo de superar o recorde humano
O propósito central da jornada é reduzir de cinco anos e onze dias, marca vigente para circunavegações movidas a esforço humano, para algo em torno de três anos. Para atingir esse objetivo, Spencer precisa manter média de deslocamento significativamente mais alta do que a obtida pelo recordista atual, equilibrando ritmo, descanso, logística de reabastecimento e condições naturais imprevisíveis. A façanha será submetida à validação de entidades que monitoram recordes de propulsão humana, exigindo comprovação contínua de rotas, tempos e meios utilizados.
Volta ao mundo a pedal: rota dividida entre estradas e oceanos
O percurso total se desdobra em etapas terrestres e marítimas. Nas porções continentais, Spencer utilizará uma bicicleta tradicional equipada para viagens de longa distância, transportando suprimentos essenciais e dispositivos de navegação. Cerca de 16 093 quilômetros serão percorridos sobre as águas, quando o atleta conduzirá o Pedal Beast pelos principais oceanos. Entre esses trechos aquáticos, a embarcação será acondicionada em um contêiner de 12,2 metros e enviada ao próximo porto, enquanto o ciclista prosseguirá em solo firme para manter a continuidade humana da expedição.
Volta ao mundo a pedal: tecnologia e design do Pedal Beast
O Pedal Beast é o elemento decisivo da travessia marítima. Construído originalmente em 2012 como barco a remo pela LOMOcean Marine Ltd e pelo estaleiro Pachoud Yachts, o casco de fibra de carbono de 11,6 metros passou por conversão integral para propulsão a pedal. A mudança se baseia na eficiência da pedalada, descrita pelos engenheiros da LOMOcean como um ciclo contínuo, sem as perdas energéticas de recuperação presentes na remada convencional. A força aplicada aos pedais gira uma hélice e elimina resistência adicional do vento sobre pás de remo fora d’água, o que aumenta a velocidade média e reduz o desgaste físico.
Para adaptar a embarcação a uma jornada transoceânica, Spencer adicionou painéis laterais com janelas capazes de vedar a cabine traseira, um leme retrátil disposto na proa para aprimorar estabilidade direcional, placas solares no convés para suprir equipamentos eletrônicos e um mastro dedicado a comunicação via satélite. Um assento reclinável customizado viabiliza longos turnos de pedal sem sobrecarregar a lombar, e um bote salva-vidas independente garante redundância de segurança em emergências.
Volta ao mundo a pedal: logística, ritmo e segurança
A logística da circunavegação exige sincronizar deslocamentos, transporte do trimarã e pontos de reabastecimento. Em terra, o ciclista pretende pedalar distâncias diárias variáveis, ajustadas a relevo, clima e disponibilidade de suporte em vilarejos ou cidades ao longo da rota. Nos oceanos, a estratégia envolve janelas meteorológicas favoráveis para minimizar tempestades e correntes contrárias, ainda que o plano contemple períodos inevitáveis de mar agitado. Durante essas travessias, o atleta permanecerá praticamente autossuficiente, com alimentos liofilizados, dessalinizador de água de mar e monitoramento meteorológico por satélite.
A trajetória esportiva de Paul Spencer até a volta ao mundo a pedal
A predisposição de Spencer a desafios extremos começou em 2009, quando aceitou percorrer a extensão das Ilhas Britânicas, de Land’s End a John O’Groats, em menos de uma semana. Concluiu em quatro dias e, motivado pelo feito, seguiu acumulando quilometragens pela Europa, América do Norte e África, sempre focado em desempenhos de resistência. Ao longo dessas viagens, quebrou três recordes reconhecidos pelo Guinness World Records, consolidando experiência em planejamento de rotas longas, adaptação fisiológica e resolução de problemas em ambientes remotos.
Motivação filantrópica: apoio à Lupus Foundation
Além do aspecto esportivo, a empreitada possui caráter solidário. Spencer dedicará a exposição do projeto para captar doações direcionadas à Lupus Foundation, organização que financia pesquisas e oferece suporte a pessoas afetadas pela doença autoimune. A visibilidade de uma volta ao mundo a pedal confere alcance global às campanhas de arrecadação, ajudando a ampliar a conscientização sobre lúpus e seus impactos na qualidade de vida dos pacientes.
Preparativos finais e próximos marcos do cronograma
A data original de partida, prevista para 2021, foi postergada por efeitos da pandemia, que comprometeu etapas de financiamento e adaptação da embarcação. Agora, com a janela de janeiro de 2027 estabelecida, Spencer concentra esforços em testes de equipamentos, refinamento de rotas e captação de recursos. Parte dessa preparação inclui uma travessia completa do Mar da Tasmânia utilizando o Pedal Beast, ensaio que servirá para validar o comportamento do trimarã em mar aberto e ajustar protocolos de alimentação, sono e comunicação de emergência.
Quando a largada ocorrer, no início de 2027, do Colorado, a comunidade esportiva e científica acompanhará cada quilômetro percorrido em terra e cada milha navegada no oceano, enquanto Spencer busca redefinir o limite temporal para a circunavegação humana do planeta.

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