Vitamina C protege contra gripes e resfriados? O que a pesquisa mostra

A crença de que suplementos ou grandes quantidades de vitamina C podem evitar gripes e resfriados ganhou força ao longo de décadas, especialmente em períodos de mudança de temperatura, quando a procura por soluções simples para fortalecer o organismo cresce.

Em meio a esse interesse, estudos revisados por bases científicas, como o National Center for Biotechnology Information (NCBI), vêm analisando se a substância de fato age como barreira direta contra vírus respiratórios ou acelera a recuperação de quem já ficou doente.

Conhecida tecnicamente como ácido ascórbico, a vitamina C é hidrossolúvel, característica que impede seu armazenamento prolongado no corpo; por isso, a reposição diária por meio da alimentação é necessária para a manutenção de funções metabólicas essenciais.

Frutas cítricas, vegetais folhosos e outros alimentos frescos figuram como fontes naturais do nutriente, que participa da síntese de colágeno, da cicatrização e do controle de processos oxidativos, além de colaborar com a atividade de células de defesa.

No entanto, revisões de ensaios clínicos controlados não comprovam que doses adicionais isoladas reduzam a incidência de gripes ou resfriados na população em geral, nem demonstram encurtamento significativo da duração dos sintomas em pessoas saudáveis.

Os pesquisadores destacam que a vitamina C funciona como suporte, mantendo a integridade de tecidos e auxiliando no funcionamento das barreiras imunológicas, mas não gera uma proteção extra capaz de impedir a entrada de patógenos respiratórios.

Para aqueles que já apresentam ingestão adequada por meio de uma dieta equilibrada, a suplementação costuma trazer pouco ou nenhum benefício adicional contra infecções virais comuns, apontam as revisões existentes.

Em indivíduos com deficiência do nutriente ou submetidos a estresse físico intenso, como atletas de alto rendimento, alguns estudos sugerem discreta diminuição na frequência de quadros respiratórios, mas os resultados não são extensíveis a toda a população.

A literatura científica também indica que megadoses podem gerar efeitos adversos, entre eles desconforto gastrointestinal e risco de formação de cálculos renais, reforçando a recomendação de não ultrapassar a ingestão diária estabelecida por órgãos de saúde.

Especialistas reiteram que a eficiência do sistema imune depende de um conjunto de fatores: alimentação variada, sono adequado, atividade física regular, higiene correta das mãos e vacinação conforme calendários oficiais.

Nesse contexto, a vitamina C integra uma estratégia mais ampla de cuidados básicos, mas não substitui as medidas reconhecidas como efetivas na prevenção de doenças respiratórias, nem atua como tratamento único para reduzir complicações de gripes ou resfriados.

Assim, embora continue essencial para processos bioquímicos e para a manutenção de células de defesa, o ácido ascórbico não deve ser encarado como escudo infalível; a ênfase recai sobre hábitos saudáveis e políticas públicas de imunização que abrangem toda a comunidade.

Para quem busca garantir níveis adequados do nutriente, profissionais de saúde indicam priorizar fontes naturais — como laranja, acerola, kiwi, pimentão e brócolis —, respeitando a orientação de consumo diário sem recorrer a suplementação desnecessária.

Quando há suspeita de deficiência ou condições clínicas que exijam reposição, a avaliação médica se torna indispensável para definir dose, forma de apresentação e tempo de uso, evitando automedicação e possíveis interações com outros compostos.

Em resumo, as evidências disponíveis apontam que a vitamina C exerce papel importante no funcionamento global do organismo, mas sua utilização isolada não previne nem cura gripes e resfriados; medidas integradas continuam sendo a base da proteção contra essas infecções.

Fonte: NCBI

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