Visão noturna: quatro soluções que mantêm a vigilância após o anoitecer

Quando a luz desaparece, a maioria das câmaras de segurança precisa de tecnologia adicional para continuar a registar o que se passa. Existem várias abordagens, cada uma com pontos fortes e limitações, que importam conhecer antes de instalar um sistema de vigilância doméstica.

Visão infravermelha: o pilar da vigilância noturna

A solução mais comum baseia-se em díodos emissores de infravermelhos (LED IR) colocados junto à lente. Estes componentes projectam luz invisível, geralmente nos comprimentos de onda de 850 nm ou 940 nm, permitindo ao sensor transformar o reflexo em imagens a preto-e-branco.

O método destaca-se pela fiabilidade: não depende de iluminação ambiente e consome pouca energia, tornando-se adequado para câmaras alimentadas por bateria. O feixe de 850 nm emite um ligeiro brilho vermelho, cobre distâncias maiores e é preferido para zonas exteriores. Os 940 nm são imperceptíveis ao olho humano, ideais para interiores onde a discrição conta, mas oferecem menor alcance.

Modelos económicos, como a Eufy Security Indoor Cam C220 ou a Lorex 2K Indoor Pan-Tilt, recorrem apenas a este sistema e ainda assim alcançam boa nitidez em espaços fechados. A desvantagem é a ausência de cor, o que dificulta identificar detalhes como o tom da roupa ou da viatura captada.

Cores no escuro: sensores de baixa luminosidade

Algumas câmaras mantêm a cor através de sensores mais sensíveis e processamento optimizado. Estes componentes amplificam a luz residual de fontes como candeeiros de rua ou luzes de alpendre, evitando a transição para monocromático.

Soluções com sensores starlight representam o topo deste grupo, operando com níveis tão baixos como 0,01 lux. Conseguem preservar tonalidades mesmo em cenários pouco iluminados, graças a aberturas largas, chips CMOS de maiores dimensões e algoritmos de redução de ruído. A Annke NightChroma NC500 é um exemplo: grava vídeo a cores quase sem depender de fontes externas de luz.

O ponto fraco surge em ambientes totalmente escuros. Quando não existe qualquer claridade, estas câmaras acabam por reverter ao modo IR tradicional ou exibem ruído excessivo.

Spotlights e projectores: iluminação própria para máxima nitidez

Outra estratégia passa por integrar projectores LED que se acendem sempre que o sensor de movimento detecta actividade. O feixe ilumina a cena, permitindo gravar vídeo a cores com detalhe comparável ao de uma filmagem diurna. Dispositivos como o Arlo Pro 5S 2K ou o Wyze Cam v4 combinam este sistema com funcionalidades de dissuasão, já que a luz intensa expõe imediatamente quem se aproxima.

A solução garante consistência, mas apresenta contrapartidas: pode incomodar vizinhos se for activada repetidamente, aumenta o consumo energético e não é indicada para locais com passagem frequente de pessoas ou animais.

Em áreas extensas, os fabricantes oferecem câmaras com holofotes de maior potência. Equipamentos como o Ring Floodlight Cam Pro cobrem pátios, varandas ou entradas de garagem, fornecendo iluminação suficiente para capturar rostos, matrículas e outras referências cruciais.

Escolher o modo certo para cada cenário

Determinar a tecnologia mais adequada depende de três factores: quantidade de luz disponível, necessidade de discrição e detalhe pretendido.

  • IR padrão – indicado para interiores, corredores ou zonas partilhadas onde se pretende vigilância constante sem perturbar o ambiente. É também a opção mais eficiente em termos de bateria.
  • Visão a cores sem foco auxiliar – funciona bem em alpendres ou jardins com alguma iluminação pública, fornecendo informação adicional como cores de vestuário ou veículos.
  • Spotlight integrado – aconselhável para entradas laterais, quintais ou acessos pouco iluminados onde se exige identificação detalhada de pessoas ou objectos.
  • Projectores tipo floodlight – recomendados para grandes áreas exteriores, combinando claridade, registo a cores e efeito dissuasor.

Ao alinhar a escolha da câmara com as condições específicas de cada local, reduz-se o risco de pontos cegos e melhora-se a qualidade das gravações que podem vir a ser essenciais para acções de segurança ou investigação.

Independentemente do método seleccionado, todos partilham o mesmo objectivo: assegurar que a vigilância se mantém eficaz quando o sol se põe.

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Imagem: pcworld.com

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