Verão começa com alerta de temporal no Rio Grande do Sul e risco de chuva intensa em várias regiões

O alerta de temporal no Rio Grande do Sul foi emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) exatamente no dia em que o verão teve início astronômico, às 12h03 de domingo, 21 de dezembro. A combinação de calor, umidade elevada e avanço de áreas de instabilidade desde as primeiras horas da madrugada cria condições para precipitação moderada a forte, rajadas de vento significativas e eventual queda de granizo, sobretudo no interior e na Região Metropolitana de Porto Alegre.
- Alerta de temporal no Rio Grande do Sul: abrangência e duração
- Condições atmosféricas que favorecem o temporal no Rio Grande do Sul
- Riscos associados ao alerta de temporal no Rio Grande do Sul
- Impacto do calor e da umidade nas demais regiões do Brasil
- Tendências climáticas para o verão 2024/2025
- Transição da La Niña e influência de sistemas atmosféricos
Alerta de temporal no Rio Grande do Sul: abrangência e duração
O aviso do INMET para o alerta de temporal no Rio Grande do Sul estende-se da manhã de domingo até a noite de segunda-feira, 22 de dezembro. Durante esse intervalo, a previsão indica chuva entre 30 mm e 60 mm por hora, com acumulados diários que podem atingir 100 mm. As rajadas de vento devem oscilar entre 60 km/h e 100 km/h, parâmetros que caracterizam potencial de tempestades severas e demandam atenção redobrada das autoridades de Defesa Civil.
Condições atmosféricas que favorecem o temporal no Rio Grande do Sul
O padrão de circulação atmosférica sobre o Cone Sul, aliado à disponibilidade de calor latente, impulsiona a formação de nuvens do tipo cumulonimbus. Esses sistemas convectivos, comuns na estação, tornam-se mais vigorosos quando frontes frias em altos níveis da atmosfera encontram superfície aquecida. No caso atual, a presença de um canal de umidade proveniente da região amazônica também atua como combustível para a instabilidade. Esse quadro justifica o caráter intenso e, por vezes, súbito dos eventos de chuva forte observados desde a madrugada.
Outro fator relevante é a topografia gaúcha, que favorece o levantamento orográfico de massas de ar úmido, intensificando a convecção sobre vales e encostas. Consequentemente, municípios do interior serrano e planícies costeiras podem registrar volumes de precipitação acima da média, elevando o risco de alagamentos.
Riscos associados ao alerta de temporal no Rio Grande do Sul
Com chuvas volumosas em curto espaço de tempo, o INMET ressalta a possibilidade de alagamentos em zonas urbanas, queda de árvores e interrupções no fornecimento de energia elétrica. A agricultura também entra em estado de atenção, já que ventos de até 100 km/h podem provocar acamamento de culturas e danos em estruturas de estufas. A queda pontual de granizo, embora localizada, representa ameaça adicional para lavouras em fase de desenvolvimento.
Nas rodovias, a visibilidade reduzida por pancadas intensas e o acúmulo de água na pista aumentam o risco de acidentes. Órgãos rodoviários recomendam velocidade moderada e manutenção de distância segura entre veículos. Em áreas rurais, produtores devem observar as recomendações da assistência técnica para minimizar prejuízos, como o atraso de atividades de colheita ou a proteção de equipamentos.
Impacto do calor e da umidade nas demais regiões do Brasil
Embora o alerta de temporal no Rio Grande do Sul concentre a atenção neste início de estação, outras partes do país também enfrentam instabilidades, ainda que menos severas. O Sudeste experimenta um enfraquecimento das chuvas registradas no sábado, porém persiste a probabilidade de pancadas rápidas no interior e no litoral de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e na faixa leste de Minas Gerais. As temperaturas continuam próximas dos 30 °C, reforçando a sensação de abafamento.
No Centro-Oeste, a manhã inicia instável em Mato Grosso. Ao longo do dia, núcleos de chuva se intensificam no oeste de Goiás e em grande parte de Mato Grosso do Sul antes de perder força à noite. Mesmo durante os episódios de precipitação, a sensação térmica permanece elevada devido à alta umidade relativa do ar.
Para o Nordeste, os maiores volumes concentram-se no Maranhão e no Piauí, com episódios localmente fortes. O oeste baiano mantém pancadas recorrentes, enquanto o interior do estado, o oeste de Pernambuco, Paraíba e interior do Ceará vivenciam chuva isolada. Já na faixa litorânea entre Bahia, Sergipe e Alagoas, as precipitações tendem a ocorrer nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde, com intensidades de fracas a moderadas.
Na Região Norte, há diferenciação espacial. O extremo oeste, entre Acre e Amazonas, apresenta tempo mais firme, resultado da diminuição das instabilidades. Por outro lado, leste do Amazonas, Pará, Tocantins, Rondônia e Amapá permanecem sob chuva persistente, ocasionalmente acompanhada de trovoadas. Em Roraima, o predomínio de sol eleva os termômetros e mantém o padrão de calor típico.
Tendências climáticas para o verão 2024/2025
As projeções apontam temperaturas acima da média em quase todas as regiões brasileiras ao longo do verão. Ondas de calor podem surgir de forma mais pronunciada no Sul e no Centro-Oeste, cenário que reforça a importância de monitoramento constante pelos serviços de meteorologia.
No tocante às chuvas, espera-se distribuição irregular. O Sudeste e o interior do Nordeste tendem a registrar volumes abaixo da média, enquanto o Norte e partes do Sul ficam sujeitos a acumulados superiores ao padrão climatológico. Essas irregularidades estão associadas a variáveis como a atuação frequente da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão que dificulta a formação de nuvens profundas e mantém o ar mais seco em grande parte do Sudeste.
Transição da La Niña e influência de sistemas atmosféricos
O fenômeno La Niña, que vinha modulando o clima global, perde força gradualmente, configurando um estado de neutralidade no Pacífico até janeiro. A redução de anomalias negativas na temperatura da superfície do mar ainda impacta, de modo indireto, a circulação de ventos em altos níveis da atmosfera, mas sem o mesmo peso observado nos últimos trimestres.
Durante a transição, a variabilidade intrassazonal — por exemplo, a Oscilação Madden-Julian — ganha destaque na definição de episódios de chuva concentrada, sobretudo na faixa tropical do país. Além disso, sistemas frontais oriundos do Sul podem avançar até latitudes médias, intensificando precipitações no norte da Região Sul e, ocasionalmente, na Região Sudeste.
O INMET manterá o monitoramento contínuo das áreas de instabilidade no estado gaúcho até o encerramento do aviso meteorológico, previsto para a noite de segunda-feira, 22 de dezembro.

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