Vênus vai desaparecer do céu? Entenda o sumiço temporário do planeta mais brilhante

Vênus vai desaparecer do céu? Entenda o sumiço temporário do planeta mais brilhante

Vênus, reconhecido como o astro natural mais luminoso depois do Sol e da Lua, está prestes a desaparecer do céu a olho nu. O afastamento aparente ocorre porque o planeta caminha para a conjunção solar superior, marcada para 6 de janeiro de 2026, momento em que o Sol ficará exatamente entre ele e a Terra, impedindo a observação direta.

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Por que Vênus some do campo de visão terrestre?

O desaparecimento temporário de Vênus está diretamente ligado à sua condição de planeta interior, isto é, com órbita localizada entre a Terra e o Sol. Por esse motivo, o planeta nunca é visto no meio da noite; ele surge apenas nas extremidades do dia, pouco antes do nascer do Sol ou logo após o pôr do Sol. À medida que se aproxima da conjunção solar superior, a separação angular — chamada elongação — entre Vênus e o Sol diminui rapidamente. Quando essa distância fica muito pequena, o brilho solar ofusca o planeta, mesmo que ele ainda esteja tecnicamente acima do horizonte.

Desde o começo de dezembro, Vênus vem nascendo cada vez mais próximo do horário do Sol, reduzindo paulatinamente a própria visibilidade. Na segunda semana daquele mês, a observação matutina de 2025 foi considerada encerrada porque o clarão do amanhecer já dominava completamente o céu no instante em que o planeta surgia sobre o horizonte leste.

Características que tornam Vênus um astro singular

Antes de detalhar o cronograma celestial, vale recordar por que Vênus chama tanto a atenção dos observadores. O planeta apresenta várias particularidades físicas e históricas:

• Proximidade da Terra: é o vizinho planetário mais próximo do nosso mundo.
• Rotação retrógrada: gira de leste para oeste, em sentido oposto ao dos demais planetas.
• Origem do nome: deve sua designação à divindade romana da beleza e do amor.
• Brilho intenso: pode ser identificado sem instrumentos, inclusive em raras ocasiões durante o dia.
• “Gêmeo” da Terra: apesar de trajetória evolutiva distinta, compartilha dimensões e composição mineralógica básicas com o nosso planeta.
• Atmosfera densa: a pressão na superfície é 92 vezes maior que a terrestre.
• Efeito estufa extremo: o dióxido de carbono prende calor, fazendo de Vênus o mundo mais quente do Sistema Solar, ainda que não seja o mais próximo do Sol.

Cronograma do atual ciclo de Vênus até a conjunção solar

O percurso que culmina na invisibilidade tem marcos bem definidos. No sábado, 20 de dezembro de 2025, o planeta já se encontrava extremamente próximo do Sol no firmamento. Na sexta-feira anterior, 19 de dezembro, Vênus cruzou a eclíptica em direção ao hemisfério celeste sul, e no domingo, 21 de dezembro, ingressou na constelação de Sagitário. Esse deslocamento reduziu ainda mais a elongação, tornando impossível enxergá-lo a olho nu.

O ponto crítico ocorrerá em 6 de janeiro de 2026, quando o planeta, o Sol e a Terra estarão rigorosamente alinhados. Nessa data, Vênus ficará mergulhado no brilho solar e, portanto, ausente de qualquer observação terrestre, seja com ou sem equipamentos ópticos convencionais.

Esse alinhamento faz parte de um ciclo sinódico — intervalo para que o planeta retorne à mesma posição relativa ao Sol do ponto de vista da Terra — que dura 584 dias. Cada ciclo inclui exatamente uma conjunção solar superior, momento em que o desaparecimento se repete.

O que acontece durante a conjunção solar de Vênus

No instante da conjunção solar superior, o Sol ocupa a linha direta entre Vênus e a Terra. Como resultado, a luz refletida pelo planeta não consegue superar o brilho ofuscante do astro-rei. Ainda que Vênus estivesse apto a refletir luz suficiente para ser detectado, a proximidade angular tornaria a tarefa impraticável para observadores baseados na superfície terrestre.

Além disso, o evento coincide quase exatamente com o apogeu venusiano, posição mais afastada do planeta em relação à Terra. Estimativas indicam que Vênus alcançará cerca de 1,71 Unidade Astronômica, ou aproximadamente 257 milhões de quilômetros de distância. Mesmo que o alinhamento não impedisse sua visão, o diâmetro aparente do astro seria minúsculo, contribuindo para a completa perda de visibilidade.

Quando e como Vênus voltará a ser visível

O retorno de Vênus ao céu noturno não ocorre imediatamente após 6 de janeiro de 2026. Depois da conjunção, o planeta começa a deslocar-se para o lado oposto do Sol em relação ao observador terrestre. Nesse estágio, ele deixa paulatinamente o céu matutino e passa a emergir no período vespertino.

A separação angular (elongação) entre Vênus e o Sol voltará a crescer gradualmente. Conforme essa distância aumenta, o brilho solar deixa de ofuscá-lo, permitindo que o planeta ganhe altura sobre o horizonte oeste. A previsão é de que a visibilidade retorne no início de fevereiro de 2026, quando poderá ser notado logo após o pôr do Sol, cumprindo o papel de “estrela da tarde”.

Depois de reaparecer, Vênus permanecerá no céu vespertino até outubro do mesmo ano. Durante esse intervalo, a distância orbital em relação à Terra diminuirá, ampliando o diâmetro aparente e tornando o planeta novamente um dos pontos mais brilhantes do início da noite.

Entenda a alternância entre “estrela da manhã” e “estrela da tarde”

O aparente teletransporte de Vênus, de um lado para o outro do Sol, deriva simplesmente da geometria orbital. Por ser um planeta interior, ele nunca ultrapassa um ângulo máximo de separação em relação ao Sol. Quando se desloca na órbita mais interna, Vênus ora antecede o nascer do Sol, ora sucede o seu ocaso, mas jamais cruza o céu ao longo da madrugada.

No ciclo atual, o planeta iniciou 2025 como estrela da manhã, visível pouco antes do amanhecer. Com o avanço em direção ao alinhamento de 6 de janeiro de 2026, perdeu gradativamente altura no céu matutino até desaparecer completamente. Depois da conjunção, o mesmo movimento orbital fará com que cruze o plano entre a Terra e o Sol, ressurgindo na região oeste do horizonte ao entardecer.

Essa alternância cíclica reforça a importância de acompanhar calendários astronômicos. Observar Vênus requer conhecimento prévio dos momentos em que o planeta se encontra em elongações favoráveis, já que pequenos desvios de horário podem custar o espetáculo completo.

Próximos marcos de observação de Vênus

Para quem planeja registrar o retorno do planeta, o cronograma mais relevante é o seguinte: após a conjunção solar superior de 6 de janeiro de 2026, Vênus volta a ser detectável no início de fevereiro do mesmo ano, surgindo discretamente após o pôr do Sol. A partir dali, ganhará altitude e brilho até atingir máxima visibilidade vespertina, período que se estende até aproximadamente outubro de 2026, quando começará a repetir o caminho rumo ao interior do crepúsculo.

Observadores que perderam a última aparição matutina ou não dispõem de equipamentos especiais terão, portanto, de aguardar poucos dias além de janeiro para reencontrar Vênus no céu crepuscular do oeste.

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