Valor coletivo de bilionários chega a US$ 13,4 trilhões com alta das bolsas e avanço da inteligência artificial

US$ 13,4 trilhões formam a fortuna combinada dos 3.508 bilionários que vivem no planeta em 2024, segundo levantamento da Altrata repercutido pelo Wall Street Journal. O valor representa crescimento de 10,3% em comparação com 2023 e marca o maior contingente de detentores de patrimônios individuais acima de US$ 1 bilhão já registrado pela empresa de inteligência patrimonial.
- Patrimônio dos super-ricos registra expansão histórica
- EUA concentram maior fatia da fortuna global
- China mantém segunda posição em riqueza individual
- Europa ultrapassa marca de mil bilionários
- Valorização das ações e boom da IA elevam fortunas
- Reestruturação da OpenAI rearranja o tabuleiro tecnológico
- Empresas de tecnologia superam marcos de mercado
Patrimônio dos super-ricos registra expansão histórica
A atualização anual da Altrata considerou apenas indivíduos com patrimônio líquido mínimo de US$ 4,2 bilhões. A inclusão desse recorte eleva a barreira de entrada e assegura que oscilações menores de mercado não distorçam os resultados. Ainda assim, o conjunto de bilionários atingiu a maior soma de riqueza desde que a organização iniciou sua série histórica, há mais de uma década.
A elevação de dois dígitos em apenas 12 meses traduz a combinação de dois vetores destacados no relatório: a recuperação dos índices acionários globais e a forte valorização de companhias ligadas à inteligência artificial (IA). O desempenho de ambos os fatores ampliou não só a quantidade de bilionários, mas também a distância entre esses indivíduos e o restante da população mundial em termos de poder econômico.
EUA concentram maior fatia da fortuna global
Dos 3.508 nomes identificados, 1.135 residem nos Estados Unidos. A participação norte-americana equivale a aproximadamente um terço do total de bilionários e carrega um peso ainda mais expressivo em valor absoluto: US$ 5,7 trilhões, ou 43% da riqueza global medida no estudo.
O relatório assinala que o desempenho das bolsas de Nova York exerceu influência decisiva nesse resultado. A valorização das ações de companhias de grande capitalização favoreceu bilionários como Elon Musk (X, Tesla e SpaceX), Mark Zuckerberg (Meta) e Jeff Bezos (Amazon). Todos eles viram suas participações societárias expandirem-se em valor, acompanhando o avanço das respectivas empresas de tecnologia.
China mantém segunda posição em riqueza individual
No segundo lugar do ranking aparece a China, com 321 bilionários e um patrimônio conjunto calculado em US$ 1,3 trilhão. Essa soma corresponde a 10% da riqueza global documentada pela Altrata. Entre os destaques chineses estão Zhong Shanshan, fundador da fabricante de água engarrafada Nongfu Spring, com fortuna estimada em US$ 79,9 bilhões, e Pony Ma, principal executivo da Tencent, que figura com US$ 71,5 bilhões.
Apesar da posição de destaque, o número de indivíduos ultrarricos na Ásia registrou retração, o que contribuiu para a ascensão de outra região na contagem de bilionários.
Europa ultrapassa marca de mil bilionários
Com a saída de vários nomes asiáticos da lista, a Europa tornou-se a segunda região em quantidade de bilionários, atrás somente da América do Norte. Pela primeira vez desde o início da série da Altrata, o Velho Continente superou a barreira de 1.000 bilionários. Entre eles aparecem Bernard Arnault, dirigente do conglomerado de luxo LVMH, com US$ 236,4 bilhões, e Dieter Schwarz, controlador da rede de supermercados Lidl, detentor de US$ 45,9 bilhões.
O levantamento também mostra que oscilações de mercado podem excluir nomes famosos. Um caso emblemático é o do rei Charles III, do Reino Unido, cuja fortuna estimada em US$ 770 milhões ficou aquém do piso estabelecido pelo estudo.
Valorização das ações e boom da IA elevam fortunas
A Altrata aponta dois elementos centrais para explicar o acréscimo patrimonial dos bilionários em 2024. O primeiro envolve a recuperação dos principais índices acionários, que encerrou um ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos com retomada do apetite por risco. O segundo componente é o boom da inteligência artificial, considerado pelo relatório como catalisador do aumento de valor em empresas que lideram pesquisas e aplicações comerciais de IA.
Esse cenário impulsionou companhias com negócios diretamente associados a modelos generativos, processadores de alta performance e serviços em nuvem. Na prática, os resultados corporativos turbinados pela IA elevaram o preço das ações e, consequentemente, o patrimônio de acionistas bilionários.
Reestruturação da OpenAI rearranja o tabuleiro tecnológico
Em 28 de maio, a OpenAI comunicou a transformação de sua estrutura societária para o modelo de empresa de benefício público. A mudança permite atrair novos investidores, manter finalidade lucrativa limitada e reduzir a dependência financeira de sua principal parceira, a Microsoft. Os contratos já firmados entre as duas organizações permanecem vigentes até 2032.
O anúncio também fortaleceu a posição de Sam Altman, que continua ocupando o cargo de diretor-executivo, mas sem participação acionária. Ao mesmo tempo, a reorganização eliminou a exclusividade da Microsoft sobre produtos e serviços desenvolvidos pela criadora do ChatGPT, embora a big tech permaneça como investidora de peso.
Empresas de tecnologia superam marcos de mercado
No mesmo dia em que foi divulgada a nova configuração da OpenAI, duas gigantes do setor superaram a marca de US$ 4 trilhões em valor de mercado. A Apple cruzou esse limite impulsionada pelas vendas da linha iPhone 17, enquanto a Microsoft atingiu o patamar após o anúncio da parceira de IA. As duas corporações agora disputam espaço com a Nvidia, que lidera o ranking global com capitalização acima de US$ 4,6 trilhões.
O desempenho desses grupos reforça a tese apresentada pela Altrata de que a valorização acelerada de ativos tecnológicos, especialmente aqueles atrelados à inteligência artificial, exerce influência direta sobre a concentração de riqueza em mãos de poucos indivíduos.
Embora a trajetória dos mercados possa incluir revisões e quedas, os indicadores reunidos pela Altrata mostram que a combinação de bolsas em alta e demanda crescente por soluções de IA, até agora, favorece de maneira desproporcional os detentores de grandes participações societárias. Para 2024, o estudo registra não apenas a soma recorde de US$ 13,4 trilhões, mas também um cenário em que os super-ricos ampliam sua presença e sua influência na economia global.
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