Usina nuclear de Zaporizhzhia em risco após apagão

Usina nuclear de Zaporizhzhia em risco após apagão: a maior usina atômica da Europa, ocupada por tropas russas desde 2022, completa mais de sete dias sem conexão à rede elétrica principal e depende de geradores a diesel, situação que alarma o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Em comunicado, o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, afirmou que não há ameaça imediata, mas alertou que o cenário “não é sustentável” para a segurança nuclear. Segundo ele, os geradores asseguram o resfriamento dos seis reatores, porém a autonomia de combustível não ultrapassa dez dias.
Usina nuclear de Zaporizhzhia em risco após apagão
Zelensky declarou que os equipamentos “não foram projetados para operar por tanto tempo” e culpou a artilharia russa por impedir o reparo das linhas de transmissão. Do lado oposto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, responsabilizou bombardeios ucranianos pela interrupção no fornecimento, classificando como “estúpidas” as acusações contra Moscou.
A AIEA informou que oito geradores estão ativos, nove permanecem em espera e três passam por manutenção. A equipe da agência, estacionada no local, supervisiona o rodízio dos motores para preservar peças e garantir funcionamento contínuo, enquanto negocia com ambas as partes a reconexão da usina à rede externa.
Desde o início da invasão em fevereiro de 2022, a usina de Zaporizhzhia já sofreu dez quedas de energia. Especialistas destacam que qualquer falha simultânea dos geradores poderia comprometer o sistema de resfriamento e aumentar o risco de liberação de radiação.
O clima de insegurança cresce junto a relatos de drones não identificados em vários países do norte da Europa. As autoridades dinamarquesas registraram sobrevoos em aeroportos e instalações militares, o que levou líderes regionais a reforçarem a vigilância durante reuniões de segurança realizadas em Copenhague.
Enquanto diplomatas buscam uma solução para restabelecer a eletricidade, a permanência da usina apenas com energia de emergência mantém aceso o alerta internacional sobre um possível desastre nuclear no coração da guerra.
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Crédito da imagem: AP Photo
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