Trump declarou que a Ucrânia “pode ganhar todo o país de volta em sua forma original”, caso conte com apoio pleno da Europa e da Otan, graças à crescente pressão econômica sobre a Rússia. A afirmação, publicada na rede Truth Social na terça-feira (19), marca uma guinada no discurso do presidente dos Estados Unidos sobre o conflito.
O comentário foi feito logo após encontro com Volodymyr Zelensky, ocorrido em Nova York, onde ambos participaram da Assembleia Geral das Nações Unidas. Até então, Trump havia sugerido que Kiev talvez precisasse ceder parte do território para pôr fim à guerra, posição rejeitada por Zelensky.
Trump: Ucrânia pode recuperar todas as áreas ocupadas
No novo posicionamento, Trump sustentou que “Putin e a Rússia estão em grande dificuldade econômica” e classificou Moscou de “tigre de papel”. Ele não mencionou a Crimeia, anexada em 2014, mas insinuou que Kiev poderia “talvez ir além” das fronteiras de 2022, sem detalhar a que se referia.
Zelensky qualificou a declaração como “grande mudança” e disse entender que Washington cogita oferecer garantias de segurança “depois que a guerra terminar”. Questionado, admitiu que não há detalhes concretos, mas citou a possibilidade de mais armas, defesas aéreas e drones.
Horas antes, em discurso na ONU, Trump criticou países da Otan que ainda compram energia russa e sugeriu que aliados derrubem aeronaves de Moscou que invadam seu espaço aéreo. Estônia, Polônia e Romênia relataram violações recentes e pediram consultas dentro da aliança militar.
Especialistas veem a mudança como tentativa de revitalizar negociações estagnadas. Segundo análise da Reuters, a postura imprevisível é marca registrada da política externa de Trump e pode pressionar o Kremlin a reavaliar o custo da guerra.
O post também ressaltou que os Estados Unidos continuarão a vender armamentos aos países da Otan, que, por sua vez, podem repassá-los à Ucrânia—um compromisso menos amplo que o assumido pelo governo Biden, mas superior às propostas anteriores de Trump.
Resumo: a fala de Trump sinaliza possível apoio integral à reconquista ucraniana e coloca a economia russa como ponto frágil no conflito. Para acompanhar desdobramentos sobre geopolítica e tecnologia militar, leia mais em nossa editoria de Ciência e Tecnologia e fique informado.
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