Trump e Putin chegam ao Alasca com objetivos distintos para a guerra na Ucrânia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, reúnem-se nesta sexta-feira (data local) em Anchorage, no Alasca, para discutir caminhos para encerrar a guerra na Ucrânia. Embora ambos falem em busca de paz, cada líder carrega prioridades e expectativas bem diferentes para o encontro.

Reconhecimento e território no centro das ambições russas

Para Putin, a mera realização da cúpula já representa um triunfo diplomático. A participação dos EUA sinaliza que as tentativas ocidentais de isolar Moscou perderam força. A escolha de Anchorage reforça essa percepção: a cidade fica a apenas 90 km da região russa de Chukotka no seu ponto mais próximo, permitindo ao Kremlin evitar sobrevoar países considerados “hostis”.

Além do simbolismo, o líder russo quer consolidar ganhos territoriais. O Kremlin insiste que a Ucrânia reconheça a anexação das áreas ocupadas nos oblasts de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, e exige a retirada de tropas ucranianas dos trechos ainda controlados por Kyiv. Caso Trump aceite essa premissa, analistas em Moscou avaliam que o apoio norte-americano à Ucrânia poderia ser drasticamente reduzido, pressionando o governo de Volodymyr Zelensky.

Internamente, no entanto, a Rússia enfrenta déficit orçamentário crescente e queda nas receitas de petróleo e gás. Essa pressão econômica poderia abrir espaço para algum grau de concessão, ainda que autoridades russas afirmem manter “a iniciativa” no campo de batalha.

Trump busca legado de pacificador, mas oscila sobre estratégias

Durante a campanha eleitoral de 2024, Trump prometeu encerrar o conflito em “poucos dias”. Desde que reassumiu a Casa Branca em janeiro, entretanto, alterna críticas a Kyiv e a Moscou. O republicano já suspendeu temporariamente ajuda militar à Ucrânia, impôs prazos para novas sanções contra a Rússia — posteriormente revogados — e mencionou publicamente a possibilidade de troca de territórios (“land-swapping”).

Nesta semana, o presidente norte-americano procurou reduzir expectativas sobre um acordo imediato, descrevendo a reunião como uma “sessão de escuta”. Mesmo assim, voltou a dizer que acredita na disposição de Zelensky e Putin para negociar a paz. Trump também alimenta a perspectiva de receber reconhecimento internacional, mencionando inclusive o desejo de conquistar um Prêmio Nobel.

Segundo a Casa Branca, o republicano pretende medir rapidamente a disposição de Putin para um cessar-fogo. “Talvez eu saia em dois minutos”, afirmou, enfatizando que pode abandonar a conversa caso não veja possibilidade de avanço.

Encontro decisivo, mas de resultado incerto

Sem representantes ucranianos na mesa de negociação, analistas avaliam que um acordo abrangente é improvável. Ainda assim, Washington e Moscou veem oportunidade para redefinir relações bilaterais, seja com reconhecimento mútuo, seja com promessa de alívio de sanções.

Enquanto isso, líderes europeus mantêm contato constante com Trump para evitar que um eventual entendimento prejudique Kyiv. Zelensky reiterou que “os ucranianos não cederão terra ao ocupante”.

O desfecho da reunião no Alasca pode redefinir os rumos do conflito e a posição internacional dos dois presidentes. Acompanhe nossas atualizações e, para entender mais sobre os impactos geopolíticos de decisões tecnológicas na guerra, confira o conteúdo especial disponível em nosso portal.

Com informações de BBC News

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Imagem: bbc.com

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