Trump e Putin no Alasca geram tensão e críticas na Ucrânia

Trump e Putin no Alasca geram tensão e críticas na Ucrânia

Trump e Putin no Alasca geram tensão e críticas na Ucrânia ao exibirem uma recepção digna de chefe de Estado ao líder russo, acusado internacionalmente de crimes de guerra. O encontro, realizado na Base Aérea Elmendorf, terminou sem acordos estratégicos, mas bastou o tapete vermelho para provocar forte reação em Kiev.

Trump e Putin no Alasca geram tensão e críticas na Ucrânia

A chegada de Vladimir Putin foi acompanhada por quatro caças norte-americanos, que escoltaram o avião presidencial russo até o solo. Soldados norte-americanos ajoelharam-se para estender o tapete vermelho, gesto celebrado por Donald Trump com aplausos e um aperto de mão afável. Em seguida, os dois viajaram sozinhos na limusine presidencial, enquanto um bombardeiro B-2 sobrevoava a área.

Para o Kremlin, a cena marcou um retorno inesperado ao palco diplomático, depois de dois anos de isolamento devido à invasão da Ucrânia. Já para os ucranianos, soou como “legitimação de um criminoso de guerra”, avaliou o analista político Oleksandr Kovalenko. Ele criticou o excesso de pompa, afirmando que a reunião deveria ter sido “muito mais contida”.

Durante a coletiva, Putin falou por cerca de oito minutos, evitando qualquer referência ao início do conflito. Trump, visivelmente abatido, limitou-se a dois minutos e não apresentou avanços concretos, cenário que analistas viram como concessão de protagonismo ao líder russo. “Foi uma vitória para Putin antes mesmo de desembarcar”, observou Kier Giles, pesquisador do Chatham House.

Em Kiev, o presidente Volodymyr Zelensky reforçou a importância da presença de líderes europeus em futuras negociações, temendo que Trump possa ceder a pressões russas sem o contrapeso do bloco. Zelensky viaja a Washington na segunda-feira em busca de garantias de apoio, depois de um encontro anterior considerado desastroso.

Moradores das regiões mais afetadas pelo conflito reagiram com indignação aos sorrisos exibidos em solo americano. “Perdi minha casa duas vezes e familiares na guerra; ver Putin rindo foi doloroso”, desabafou Serhii Orlyk, de Donetsk. A advogada Maria Drachova classificou o evento como “irracional”, lembrando que milhões de ucranianos sofreram diretamente com as ações russas.

Sem acordo e sem anúncio de cessar-fogo, o principal resultado do encontro foi simbólico: a reabilitação pública de Putin aos olhos de parte da comunidade internacional, algo que Kiev e aliados europeus pretendem conter nas próximas etapas diplomáticas.

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Crédito da imagem: EPA

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