Trump envia tropas a Portland e autoriza “força total”

Trump envia tropas a Portland após classificar a cidade como “devastada pela guerra” e autorizar o uso de “força total”, se necessário, para proteger instalações do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE).
Em mensagem na rede Truth Social, o ex-presidente afirmou ter “direcionado o secretário de Guerra, Pete Hegseth, a fornecer todas as tropas necessárias” para conter ataques atribuídos à Antifa e a outros “terroristas domésticos”. O comunicado não esclarece se serão mobilizados militares regulares ou a Guarda Nacional, nem define o que seria o emprego da “força total”.
Trump envia tropas a Portland e autoriza “força total”
A decisão amplia o envio de militares a cidades norte-americanas, estratégia intensificada pelo republicano em meio a sua cruzada contra a imigração irregular. O Departamento de Segurança Interna (DHS) relatou que manifestantes “repetidamente atacaram” um centro de processamento do ICE em Portland, resultando em prisões e acusações federais. Em publicação na plataforma X, o órgão acusou o grupo Rose City Antifa de divulgar endereços de agentes e ameaçar servidores.
Legisladores democratas reagiram. O senador Ron Wyden declarou haver indícios de repetição do “roteiro de 2020”, quando forças federais foram enviadas para reprimir protestos após a morte de George Floyd. A deputada Suzanne Bonamici denunciou detenções de pessoas sem histórico criminal, citando dados do Cato Institute que apontam 65% dos detidos pelo ICE sem condenações anteriores.
Especialistas ouvidos pela BBC lembram que não existe mecanismo legal para rotular oficialmente grupos domésticos como terroristas e preveem disputas judiciais baseadas na Primeira Emenda. Entretanto, a medida recebeu apoio da secretária do Trabalho, Lori Chavez-DeRemer, que descreveu Portland como “zona de guerra dominada pela criminalidade”.
O histórico recente mostra contestações legais a ações semelhantes. Neste mês, um juiz federal da Califórnia considerou ilegal a mobilização da Guarda Nacional em Los Angeles, alegando violação ao Posse Comitatus Act, que limita o uso das Forças Armadas em assuntos internos.
Continuam incertos o escopo, a duração e a legalidade do novo destacamento em Oregon, mas a ordem reforça a retórica de segurança pública que Trump pretende levar às urnas em 2024.
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Crédito da imagem: Getty Images
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