Trump critica ONU e alerta Europa sobre energia e imigração abriu o discurso do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (24), na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Ao apresentar o que chamou de “conquistas de segundo mandato” na política externa, Trump voltou a desafiar o multilateralismo e afirmou que o órgão não cumpre sua “tremenda” capacidade de resolver conflitos. O republicano também advertiu que as nações europeias “arruinarão suas economias e culturas” se não abandonarem políticas de migração aberta e investimentos em energia limpa.
Trump critica ONU e alerta Europa sobre energia e imigração
No pronunciamento, o presidente recordou medidas adotadas desde que reassumiu o cargo: saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde, retirada do Conselho de Direitos Humanos da ONU e revisão da participação norte-americana em centenas de organismos multilaterais, tudo alinhado à agenda “America First”. “Palavras vazias não acabam com guerras”, reforçou.
Trump alternou elogios a supostas iniciativas de paz — citou esforços em Gaza, Ucrânia, Sudão e outros seis conflitos — com a defesa de ações militares unilaterais. Ele mencionou ataques recentes contra instalações iranianas e embarcações venezuelanas suspeitas de tráfico de drogas, medidas que, segundo críticos, configuram execuções extrajudiciais.
Ao abordar a crise climática, o presidente chamou projetos de descarbonização de “grande golpe” e direcionou o recado aos aliados europeus: “Se não abandonarem essa farsa de energia verde, seus países fracassarão.” O comentário arrancou vaias e risos constrangidos no plenário.
A tensão também se estendeu ao Oriente Médio. Trump condenou o reconhecimento da Palestina por parte de França e outros governos, classificando a iniciativa como “recompensa a terroristas do Hamas”. Para a guerra na Ucrânia, voltou a pedir que a Europa pare de comprar petróleo russo e sugeriu “tarifas poderosas” para “estancar o sangue rapidamente”.
Depois do discurso, Trump teve reuniões bilaterais com o secretário-geral António Guterres e líderes de Ucrânia, Argentina e União Europeia, além de um encontro coletivo com representantes de Qatar, Arábia Saudita, Turquia e outros países.
Em resposta indireta, a presidente da Assembleia, Annalena Baerbock, defendeu o papel do organismo: “Não é hora de desistir; se pararmos, o mal prevalecerá.” Declaração ecoa o debate sobre a relevância da Organização das Nações Unidas em um cenário de guerras simultâneas e avanço da inteligência artificial.
Trump encerrou reivindicando o Prêmio Nobel da Paz por, segundo ele, ter “encerrado sete guerras”, afirmação vista com ceticismo por analistas internacionais.
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Crédito da imagem: Globalnews.ca