Trump ameaça sanções à Rússia se aliados pararem compras

Trump ameaça sanções à Rússia caso os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) continuem adquirindo petróleo russo. Em mensagem publicada na plataforma Truth Social, o presidente dos Estados Unidos declarou estar “pronto para impor sanções pesadas” assim que as nações da aliança “concordarem e começarem” a adotar a mesma postura.

O republicano criticou as importações de energia de Moscou, classificando-as como “chocantes” por reduzirem o poder de barganha ocidental. Ele também sugeriu tarifas entre 50% e 100% sobre produtos chineses, argumentando que a medida enfraqueceria o “forte controle” de Pequim sobre a economia russa.

Trump ameaça sanções à Rússia se aliados pararem compras

No comunicado, descrito como uma “carta” à Otan, Trump afirmou: “Estou pronto para agir, quando vocês estiverem. Digam apenas quando”. O presidente acrescentou que a interrupção das compras de energia russa, somada às tarifas sobre a China que seriam “retiradas integralmente” após o fim da guerra, ajudaria a acelerar a resolução do conflito.

Desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022, a dependência europeia do gás russo caiu de 45% para cerca de 13%, mas, na visão de Trump, a redução ainda é insuficiente. Segundo o think tank Centre for Research on Energy and Clean Air, países europeus desembolsaram aproximadamente €210 bilhões em petróleo e gás russos desde 2022 — recursos que teriam financiado parte do esforço militar do Kremlin.

Pressão adicional sobre aliados da Otan

A mensagem surge em meio à tensão crescente entre a Rússia e membros da Otan, depois que drones russos violaram o espaço aéreo polonês na quarta-feira. Varsóvia considerou o episódio deliberado; Moscou minimizou, alegando não ter “planos de atacar” instalações na Polônia. Paralelamente, Dinamarca, França e Alemanha anunciaram o envio de ativos militares para reforçar o flanco leste da aliança.

Trump direcionou a cobrança também à Turquia, importante importadora de petróleo russo e parceira que mantém relações próximas com Moscou. Convencer Ancara a cortar esse fluxo pode ser um desafio maior do que reduzir o volume europeu.

A postura do presidente norte-americano reflete ameaças anteriores que não se concretizaram, como prazos não cumpridos para sanções adicionais após bombardeios russos em setembro. Ainda assim, a fala eleva a pressão sobre os aliados, sobretudo depois do pedido semelhante feito pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a líderes europeus.

De acordo com dados divulgados pela agência Reuters, a União Europeia planeja eliminar totalmente as compras de energia russa até 2028, mas Washington pressiona por ritmo mais acelerado — em parte para ampliar seu próprio mercado de exportação.

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Crédito da imagem: Reuters

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